Primeiros-ministros destacam convergência de Portugal e Holanda nos assuntos europeus
Mark Rutte, primeiro-ministro holandês, está de visita a Portugal.
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Os primeiros-ministros de Portugal e da Holanda destacaram esta quarta-feira que nos últimos três anos os dois países aproximaram posições e partilharam pontos de vista sobre questões europeias, uma convergência enaltecida por António Costa.
A declaração conjunta à imprensa, na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, aconteceu durante a visita do homólogo holandês Mark Rutte a Portugal.
"Ao longo destes três anos, cada vez temos convergido mais na partilha de pontos de vista e isso é muito positivo, visto que a grande ambição que temos que ter coletivamente é que cada vez mais haja convergência no seio da União Europeia, porque isso é o grande fator de união entre todos nós", enalteceu o chefe do executivo português, António Costa.
Segundo o primeiro-ministro português, "como é normal numa União a 28", Portugal e Holanda não têm "posições coincidentes sobre todas as mesmas matérias".
"Mas tivemos a oportunidade de, com muita franqueza, explicar os pontos de vista de cada um, de procurar compreender os pontos de vista do outro", elogiou.
No que diz respeito ao Brexit, António Costa falou em nome de ambos para dizer que esperam que o caminho que venha a ser adotado por Londres seja o menos traumática possível, fazendo uma vez mais votos para que este processo não afete a relação no futuro entre Londres e Bruxelas.
"Entendemos que é necessário que este processo de saída seja o menos traumático possível, para que a relação futura seja a melhor possível. Cabe ao Reino Unido dizer o que deseja fazer, como deseja fazer e nós discutiremos, com espírito aberto e de forma construtiva, para que este processo corra tão bem que a relação futura seja melhor ainda", defendeu.
A troca de posições sobre as questões europeias foi outro dos temas que, segundo António Costa, fez parte do diálogo entre os dois primeiros-ministros.
"Temos, felizmente, uma posição comum, fundada muito na dimensão atlântica de ambos os países, numa longa tradição que ambos os países têm de relação com o mundo, de uma forma aberta", afirmou.
Esta "visão comum" tem permitido aos dois países "partilhar muitas posições conjuntas no seio do Conselho Europeu", sendo "muito importante neste momento a coordenação, tendo em vista a definição da próxima estratégia de médio prazo da União Europeia".
Mark Rutte coincidiu na avaliação, salientando essa aproximação entre Portugal e a Holanda como "muito boa" e destacou a capacidade de António Costa de encontrar soluções.
O primeiro-ministro holandês deu como exemplo a discussão sobre o orçamento da zona euro, que considerou indispensável para "uma Europa do crescimento" e "mais competitiva".
"E foi graças a António Costa e à sua visão que pudemos chegar a um acordo em dezembro. E isso é bom em si, porque conclui um debate de há vários anos, mas também porque começámos a focar-nos em tornar as economias europeias mais competitivas e mais resilientes", sublinhou.
Segundo Rutte, o primeiro-ministro português é "extremamente criativo na procura de soluções" e na "aproximação das diferenças".
"Admiro-o porque a política também é ser capaz de chegar a compromissos que são bons e nos levam para a frente", sustentou.