Em Ankara, depois da reunião com líderes dos protestos, o porta-voz do executivo garantiu que o governo turco vai aceitar a decisão judicial sobre a construção do centro comercial.
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O primeiro-ministro turco reuniu-se esta noite com membros do movimento que nas últimas semanas tem protestado contra a construção de um centro comercial numa das poucas zonas verdes da cidade.
À saída desse encontro, um porta-voz do governo garantiu que o executivo vai aceitar a decisão sobre um apelo que foi entregue ao tribunal de Istambul e que pode travar a construção.
O porta-voz deixou uma outra garantia: mesmo que o tribunal não encontre problemas de ordem legal com a obra, o executivo compromete-se a realizar um referendo em Istambul. Será o povo, diz o porta-voz de Recep Erdogan, a decidir sobre o futuro do parque Gezi.
Na origem das manifestações contra o Governo islâmico conservador de Erdogan iniciadas em Istambul a 31 de maio, está um projeto de urbanização do parque Gezi que pressupõe o corte de 600 árvores.
Enquanto decorria esta reunião, a polícia voltou a lançar gás lacrimogénio sobre os manifestantes que há já duas semanas ocupam este local.
Desde o início dos protestos, quatro pessoas morreram nos distúrbios em todo o país, e cerca de 5.000 manifestantes foram feridos.
Os Estados Unidos e países ocidentais têm criticado a gestão da crise por Erdogan e a repressão policial enfraqueceu a posição internacional da Turquia.
O Parlamento Europeu emitiu na quinta-feira uma resolução, advertindo o governo contra a tomada de «medidas duras contra os manifestantes pacíficos». Mas o primeiro-ministro rejeitou-a: «Eu não reconheço qualquer decisão tomada pelo Parlamento da União Europeia», disse.