Um tribunal do Reino Unido prepara-se para anunciar a decisão. Em causa está o processo de despedimento de um homem que garante ter ficado sem emprego porque é vegan.
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Jordi Casamitjana trabalhava na "Liga contra desportos cruéis" e foi despedido depois de ter informado os colegas que a organização aplicava o dinheiro das pensões em empresas que fazem testes com animais. Jordi diz que só foi afastado da Liga porque acredita no veganismo ético como uma forma de vida.
A Liga desmente e garante o funcionário foi despedido por má conduta. No entanto na carta de despedimento escreveu que as ações de Jordi eram "tendenciosas por causa dos princípios éticos que segue e podiam influenciar outros funcionários a mudarem o regime de pensão".
Os jornais britânicos explicam que existe um veganismo dietético e outro ético. Os seguidores deste último, para além de só comerem produtos vegetais, também tentam excluir todas as formas de exploração animal, não usam roupas feitas de lã ou couro, não usam produtos testados em animais e não visitam zoológicos ou outros parques com animais.
Entrevistado pelo jornal Guardian, Jordi explicou que o veganismo orienta tudo o que faz na vida. Se puder caminhar para um local prefere fazê-lo porque os autocarros podem ter acidentes com aves ou insetos. Faz a maioria dos pagamentos com cartão ou moedas porque as notas foram fabricadas com produtos de origem animal. E evita figos porque eles têm uma relação simbiótica com uma vespa e "portanto, ninguém pode garantir que não existem larvas das vespas dentro dos figos."
No Reino Unido, para ser protegida por lei uma crença tem de passar por uma série de testes, incluindo ser digna do respeito de uma sociedade democrática, ser compatível com a dignidade humana e não entrar em conflito com os direitos fundamentais de outros.
Na primeira parte do processo judicial um tribunal de Norwich vai, durante o dia de hoje, ouvir a defesa de Jordi Casamitjana. Peter Daly, um dos advogados que o representa, disse à BBC que na Grã-Bretanha e outras partes do mundo o veganismo ético é seguido por cada vez mais gente e por isso pode ser considerado uma crença filosófica que deve ser protegida.
Se o juiz concordar a decisão vai estabelecer que os vegans éticos devem ser protegidos de qualquer discriminação.