Polícia moçambicana apreende 10,5 quilos de chifres de rinoceronte no aeroporto de Maputo.
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A Polícia de Moçambique apreendeu 10,5 quilos de chifres de rinoceronte que iam ser enviados para fora no país no interior de bagagem no Aeroporto Internacional de Maputo, anunciou hoje aquela força de segurança.
Os chifres, cuja comercialização é proibida a nível global, estavam numa mala de alumínio e foram detetados durante o "check-in" da bagagem, no sábado, referiu Orlando Mudumane, porta-voz do Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM) da cidade de Maputo.
O dono da bagagem terá fugido quando percebeu que o conteúdo tinha sido detetado e continuam a decorrer investigações para o encontrar, acrescentou aquele responsável.
O porta-voz da PRM não indicou em que voo a bagagem ia ser transportada.
Esta apreensão acontece depois de as autoridades da Malásia terem anunciado, a 10 de abril, a apreensão de 18 chifres de rinocerontes avaliados em mais de três milhões de dólares (2,9 milhões de euros) e que terão circulado num avião de mercadorias que partiu de Moçambique, com escala em Doha.
A forma como aquela carga passou pelo controlo do aeroporto está ainda a ser averiguada pela PRM.
Em Moçambique, a ação dos caçadores furtivos levou à quase extinção do rinoceronte.
A pobreza das populações e o crescimento do mercado internacional de venda de marfim e chifres de rinocerontes são apontadas como as principais causas da matança de animais.
A localização de Moçambique nas proximidades dos países considerados como centros da caça furtiva tem contribuído para a generalização deste crime.
O Tribunal Constitucional da África do Sul anulou, no final de março, uma moratória que proibia o comércio de chifres de rinoceronte no país, alertou na última semana a organização World Wildlife Fund (WWF).
Os criadores aplaudiram a decisão, considerando que a legalização vai acabar com a caça furtiva e ajudar a financiar a espécie, mas para a WWF "acabar com a proibição interna pode estimular o crescimento ilegal da atividade internacional" porque o chifre "não tem mercado" na África do Sul, mas é procurado sobretudo com fins animistas no Médio Oriente e Ásia.