Nova jornada de protestos da oposição. A polícia deteve os jornalistas que acompanhavam a marcha, incluindo representantes de estações e órgãos de comunicação internacionais.
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A polícia da Bielorrússia deteve hoje dezenas de jornalistas durante os protestos da oposição ao Presidente Aleksander Lukashenko, ocorridos na capital do país, Minsk.
De acordo com o portal informativo Tut.by, a polícia prendeu 20 jornalistas na praça Svobodi (praça da Liberdade, em português) e, posteriormente, outros 10 na praça Nezavísimosti (da Independência).
A Associação de Jornalistas da Bielorrússia avançou ainda que foram presas dezenas de representantes dos 'media', incluindo representantes do órgão bielorrusso Belta, de órgãos internacionais como a Reuters, a BBC, a AP, a Rádio Svoboda e vários da Rússia.
"Vão ser levados para a esquadra para se apurarem as suas identidades", declarou a representante da polícia de Minsk, Natalia Ganusévich, citada pelo portal Tut.by e que negou tratar-se de prisões.
Os policias exigiram que os jornalistas não filmassem os protestos e as prisões dos manifestantes que marcharam hoje desde a catedral ortodoxa do Espírito Santo, na praça da Liberdade, até à igreja dos Santos Simão e Helena, conhecida como Igreja Vermelha, templo católico na praça da Independência.
O portal Tut.by adiantou ainda que a marcha foi convocada em protesto contra a repressão policial ocorrida na quarta-feira, na praça da Independência, que contou com cerca de mil pessoas empunhando bandeiras com as cores da antiga bandeira do país, vermelho e branco.
A hierarquia católica da Bielorrússia exigiu uma investigação sobre ações que considera "inapropriadas e ilegais" por parte do corpo policial de intervenção que bloqueou as entradas da Igreja Vermelha na noite de quarta-feira, quando decorria uma manifestação da oposição.
Segundo o arcebispo de Minsk e de Mogiliov, Tadeusz Kondrusiewicz, atualmente fora do país, a ação da polícia "não contribui para a aliviar a tensão nem para o rápido restabelecimento da paz e da harmonia na sociedade bielorrussa".
Os protestos, em curso pelo 19.º dia consecutivo, exigem a renúncia do Presidente Alexander Lukashenko, reeleito a 09 de agosto para um sexto mandato.
Os manifestantes alegam que os resultados oficiais das eleições presidenciais, nas quais Lukashenko, Presidente desde 1994, obteve 80% dos votos contra 10% da candidata da oposição, Svetlana Tikhanovskaia, são fraudulentos.