Polícia detém várias pessoas após "ataque terrorista" que matou português em França
O principal suspeito do ataque foi detido pouco depois do ataque e ficou em prisão preventiva
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A polícia francesa deteve várias pessoas após o ataque com faca que matou um português, em Mulhouse, no leste do país. A informação foi avançada, este domingo, pela agência France-Press, que cita a Procuradoria Nacional Antiterrorista (Pnat).
O principal suspeito do ataque, de 37 anos, foi detido pouco depois do ataque e ficou em prisão preventiva. O argelino feriu pelo menos três agentes da polícia municipal, enquanto gritava "Allah Akbar" ("Alá é grande").
Outras três outras pessoas estão atualmente sob custódia policial, acrescentou a Pnat, sem dar mais detalhes.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou um "ato de terrorismo", enquanto o ministro do Interior, Bruno Retailleau, pôs em causa a falta de cooperação da Argélia.
O anterior atentado mortal em França foi contra a Torre Eiffel, e provocou um morto e dois feridos em dezembro de 2023 em Paris.
O principal suspeito "está inscrito no FSPRT", o ficheiro de tratamento dos alertas para a prevenção da radicalização de natureza terrorista, segundo o procurador de Mulhouse, Nicolas Heitz, que abriu um inquérito antes de a Pnat tomar conta do caso.
Retailleau acrescentou que o suspeito tinha "um perfil esquizofrénico" e que o seu ato tinha "uma dimensão psiquiátrica". O governante recordou ainda que o suspeito estava sujeito a uma obrigação de saída do território francês e acusou a Argélia de o ter recusado em 10 ocasiões.
Foi aberta uma investigação por homicídio em ligação com ato terrorista e por tentativa de homicídio de pessoas com autoridade pública em ligação com ato terrorista.
Na sequência do atentado, o Governo francês anunciou a realização de um conselho interministerial sobre o controlo da imigração na quarta-feira.
"Um conselho interministerial sobre o controlo da imigração vai reunir-se na quarta-feira", assegurou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, numa entrevista à rádio Europe 1.
O primeiro-ministro, François Bayrou, também afirmou que "convocou uma reunião do conselho interministerial sobre o controlo da imigração para quarta-feira". "Temos de fazer mais e melhor", afirmou.
Barrot afirmou ainda que tinha pedido aos 19 embaixadores dos países para onde França tem mais dificuldades em fazer regressar os estrangeiros em situação irregular para lhe apresentarem um relatório pormenorizado, cujos resultados serão apresentados ao Primeiro-ministro na quarta-feira, para que se possam "tomar medidas enérgicas".
"Há países onde temos de tomar medidas fortes. Há outros em que, pelo contrário, precisamos de medidas de acompanhamento", acrescentou.
