A polícia espanhola vai abrir uma investigação interna para apurar se foi, ou não, adequada a acção dos agentes anti-distúrbios contra elementos da manifestação que se opunha à visita do Papa.
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O anúncio surge em resposta à divulgação na internet e nas redes sociais de vários vídeos, gravados nos últimos dias - onde há também protestos contra a carga policial inicial na quarta feira - em que se vê a agressão de polícias a pessoas que, aparentemente, não mostravam atitude agressiva.
Serão analisadas imagens tanto da carga inicial, na Puerta del Sol, na quarta-feira, como de outras cargas e agressões em manifestações de protesto na quinta e sexta-feira.
Pelo menos 11 pessoas ficaram feridas e oito foram detidas - entretanto libertadas sem qualquer acusação - em actos que foram já condenados por várias forças políticas e pelos organizadores do protesto, organizações cristãs e laicas.
Um dos vídeos mais polémicos diz respeito à noite de quinta feira onde se vê como um grupo de agentes anti-motim caminha por uma rua de Madrid, passa por uma jovem - que não se entende se insulta ou não qualquer dos agentes - que é depois agredida na cara e no resto do corpo.
Um jovem que a tenta proteger e retirar do local, pegando nela em peso, é também ele agredido pelos agentes, como é, pouco depois, um fotógrafo que tenta registar os incidentes.
Esses incidentes foram já condenados por várias associações de jornalistas entre as quais a Associação de Imprensa de Madrid que exigiu «responsabilidades» à polícia pelo que considera serem «testemunhos gráficos e orais de uma contundência desmedida, com excessos e violência por parte de alguns polícias a cidadãos e jornalistas».
O Ministério espanhol do Interior já fez saber também que vai abrir um inquérito para averiguar a acção policial.