Detenções ocorrem no decurso de uma investigação ao referendo marcado para 1 de outubro. Guardia Civil espanhola está desde cedo a fazer buscas em vários edifícios do governo catalão.
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A Guardia Civil espanhola deteve na manhã desta quarta-feira pelo menos 14 pessoas na Catalunha numa operação destinada a investigar os preparativos para o referendo marcado para 1 de outubro, que Madrid considera ilegal. Os detidos estão ligados à organização da consulta popular independentista, segundo noticia o site do diário espanhol El País.
O presidente do governo de Espanha, Mariano Rajoy, fala numa situação "sem precedentes" e insiste que a constituição espanhola tem de ser cumprida.
"Trata-se de gente que está a violar a lei", alega Rajoy, "logicamente, o Estado tem de reagir".
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O governo regional da Catalunha já condenou publicamente "a atitude totalitária do governo espanhol" e apelou aos catalães para que "defendam a democracia" e "votem em massa" no referendo.
Entre os detidos estão Josep Maria Jové, secretário-geral para a vice-presidência catalã e Economia, o secretário das Finanças, o responsável pelos Assuntos Sociais e o diretor do Centro de Telecomunicações e Informática.
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A imprensa espanhola, que cita fontes ligadas à operação, avança que os alvos deste inquérito estão a ser investigados por prevaricação.
A Guardia Civil está também a realizar buscas na residência particular de Joan Ignasi Sanchez, em Barcelona, assessor do Departamento do Governo Autónomo.
O Departamento do Governo Autónomo é dirigido pela conselheira Meritxell Borràs, antiga dirigente da Esquerda Republicana da Catalunha, que coordenou um concurso para a compra de urnas de voto.
Frente à residência de Joan Ignasi Sanchéz encontram-se cerca de 40 pessoas que protestam contra as buscas da polícia.
A Guardia Civil começou esta manhã, bem cedo, a realizar buscas em vários edifícios do governo regional à procura de documentos relacionados com o referendo de 1 de outubro considerado ilegal por Madrid.
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As buscas enquadram-se nas investigações que foram ordenadas pelo Tribunal de Instrução número 13 de Barcelona que investiga os preparativos do referendo sobre a independência marcado para o dia 1 de outubro, suspenso por ordem do Tribunal Constitucional.
A polícia está a inspecionar os departamentos (ministérios regionais) de Negócios Estrangeiros, Economia, Trabalho e Assuntos Sociais e na sede da vice-presidência.
A operação que está a decorrer também inclui a investigação de diversos organismos dependentes do executivo regional (Generalitat).
Varias centenas de pessoas e personalidades do movimento independentista catalão estão concertadas frente à sede do departamento de economia, gritando palavras de ordem ao som do hino da Catalunha.
Notícia atualizada às 11h40, com as declarações do presidente do governo de Espanha, Mariano Rajoy.