Numa praia em Nice, uma mulher foi obrigada pela polícia municipal a retirar uma túnica que trazia consigo, e que não era ilegal, ao contrário do burkini, proibido em algumas cidades do país.
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Quatro polícias foram vistos numa praia em Nice a obrigar uma mulher, vestida com um véu, uma túnica e leggings, a tirar algumas dessas peças de roupa. A indumentária utilizada por esta mulher não é considerada ilegal em França, ao contrário do burkini, uma peça de roupa utilizada pelas mulheres muçulmanas em zonas balneares, e que foi proibida em algumas cidades do país, após os últimos atentados terroristas.
Após a chegada das autoridades, a mulher retirou a túnica que trazia consigo, enquanto um dos polícias lhe passava uma multa. O mesmo aconteceu no dia anterior, em Cannes, com outra mulher e, segundo a agência France-Presse, a polícia escreveu na multa, de 11 euros, que a pessoa em questão "não respeitou os bons costumes e o secularismo".
Siam, a mulher que foi confrontada em Nice pela polícia, explicou visivelmente indignada que estava apenas a utilizar um véu e que não planeava sequer entrar no mar, dado que não trazia consigo um burkini. Uma testemunha no local confirmou o incidente. "O mais triste foi ver as pessoas gritarem 'vai para casa', ao mesmo tempo que aplaudiam a polícia", contou. "A filha estava a chorar".
Na semana passada, Nice tornou-se na última estância turística francesa a proibir o burkini, com as autoridades da cidade a justificarem que a peça de roupa "manifesta ostensivamente a adesão a uma religião, numa altura em que França é alvo de ataques terroristas".
Em entrevista ao The Guardian, a criadora do burkini, Aheda Zanetti, explica que criou esta peça de roupa para dar liberdade às mulheres, e não o contrário. Segundo a mesma, o burkini deveria simbolizar lazer, felicidade e saúde e não o Islão.
Não muito longe de França, em Londres, na cadeia britânica Marks & Spencer, a nova coleção de burkinis já esgotou, muito por culpa destas proibições.
Notícia corrigida às 16h35