A polícia de Haia informou que destacou agentes de intervenção para interromper o protesto, que usaram um canhão de água e agentes a cavalo.
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A polícia de Haia, nos Países Baixos, dispersou centenas de protestantes que se manifestavam este domingo, véspera de eleições gerais, contra o Governo e as medidas restritivas para conter a propagação de Covid-19.
A polícia de Haia, sede do Governo dos Países Baixos, informou, através da rede social Twitter, que destacou agentes de intervenção para interromper o protesto, que usaram um canhão de água e agentes a cavalo, depois de centenas de pessoas terem desobedecido aos repetidos apelos para que voltassem para casa.
Segundo a agência Associated Press (AP), a polícia deteve um homem por atacar um agente com um bastão, bem como um número ainda desconhecido de outros manifestantes.
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Um fotógrafo da AP relatou ter visto um cão polícia a morder um manifestante, aquando da sua detenção por agentes com cassetetes.
Antes de a polícia terminar o protesto, várias pessoas erguiam uma faixa com o texto "Amor e Liberdade: Sem Ditadura", enquanto outros seguravam guarda-chuvas amarelos, tal como aconteceu nos outros protestos contra o confinamento que decorreram nas últimas semanas.
Antes do início programado para a manifestação, a polícia publicou no Twitter que o número máximo de participantes permitido já tinha sido atingido.
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Contudo, várias centenas de pessoas dirigiram-se ao local do protesto após aquela publicação, levando as autoridades a interromper a circulação de comboios com destino a Haia, para evitar que mais pessoas chegassem à cidade.
Nas últimas semanas, ocorreram manifestações com menos participantes na capital do país, Amesterdão, com a polícia de intervenção a ser repetidamente chamada para afastar manifestantes que se recusavam a dispersar.
Os protestos refletem a crescente impaciência de alguns holandeses relativamente ao confinamento decretado pelo Governo, que mantém encerrados bares, restaurantes e museus desde meados de outubro.
Apesar do confinamento, o número de infeções no país mantém-se alto e já morreram 16.000 pessoas de Covid-19 nos Países Baixos, desde o inicio da pandemia.
Na segunda-feira, os holandeses iniciam três dias de votação para as eleições gerais, com um recorde de 37 partidos a participar na eleição para os 150 assentos na Câmara dos Deputados.
O partido que ganhar mais cadeiras será o primeiro na fila para liderar as negociações para formar a próxima coligação de Governo.
Porém, com tantos partidos com probabilidade de entrar no parlamento, pode ser difícil formar uma coligação que reúna maioria.
Se, como as sondagens preveem, o Partido Popular pela Liberdade da Democracia, do conservador Mark Rutte, conseguir o maior número de deputados, poderá formar a sua quarta coligação de Governo e tornar-se o primeiro-ministro do país com mais tempo em funções.
Quarta-feira é o principal dia de votação e os resultados serão, provavelmente, conhecidos a partir da noite e na quinta-feira.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.649.334 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.