A denúncia é feita pela Amnistia Internacional. A polícia da Indonésia matou a tiro mais de 70 pessoas.
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Segundo a Amnistia, trata-se de uma vaga de repressão que as autoridades designam como operações contra "pequenos criminosos" antes de Jacarta receber os Jogos Asiáticos de 2018.
Desde janeiro, pelo menos 77 pessoas foram mortas a tiro por todo o país. Muitas destas mortes - denuncia a Amnistia Internacional - aconteceram "durante operações da polícia explicitamente concebidas para preparar as cidades que vão receber os Jogos Asiáticos" que começam amanhã.
O diretor da Amnistia Internacional na Indonésia considera que os números são "chocantes" e que "revelam um padrão claro de uso excessivo e desnecessário da força pela polícia e um permanente manto de impunidade que mancha as instituições de segurança pública".
"Ser país anfitrião de um evento desportivo internacional não pode ser feito à custa de um abandono dos direitos humanos. As mortes têm de parar e todas têm de ser pronta e eficazmente investigadas", diz Usman Hamid, o responsável pela Amnistia em Jacarta.
Pouco antes de ter começado a Operação de Segurança Pública, a polícia indonésia avisou que os agentes tomariam "ações firmes", incluindo disparar de imediato contra quem resistisse a ser detido ou atacasse a polícia, lembra a Amnistia no comunicado.
O número total de pessoas mortas nas ruas da Indonésia e acusadas de terem cometido este tipo de pequenos crimes ascende a 64%, mais do que o registado no mesmo período de 2017.
A Amnistia Internacional conclui que "a polícia está muito claramente a executar uma política de "disparar primeiro e perguntar depois".
A Amnistia Internacional exorta também as autoridades indonésias e os organismos desportivos, nacionais e internacionais, a tomarem "todas as medidas adequadas para garantir que não são cometidas violações de direitos humanos em resultado dos Jogos Asiáticos na Indonésia".