Os polícias carregaram contra manifestantes na Puerta del Sol, em Madrid, depois de alguns terem agredido agentes, no fim da manifestação contra os gastos com a visita de Bento XVI.
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Com bastões, os agentes fizeram uma linha que foi "limpando" a Puerta del Sol, no centro de Madrid, onde antes já se tinham vivido momentos de muita tensão entre os manifestantes e grupos de jovens peregrinos que ali se encontravam.
Os manifestantes foram afastados para várias ruas de acesso à Puerta del Sol - nomeadamente Carretas e Carrera de San Jerónimo - e a praça ficou praticamente deserta.
«Assassinos, assassinos», gritavam repetidamente os manifestantes, com relatos a darem conta de algumas agressões a agentes.
Os poucos peregrinos que ainda ali permaneciam já abandonaram o local.
Antes, peregrinos e manifestantes provocaram-se mutuamente, com os primeiros a cantar, rezar e gritar «Benedicto, Benedicto», e os manifestantes a repetirem palavras de ordem em defesa de um Estado laico e contra os gastos originados pela visita do papa.
Um por um, a polícia vai retirando as poucas pessoas que ainda se encontram na praça e nas zonas mais próximas de acesso.
De acordo com manifestantes laicos, a tensão deveu-se, em parte, à má gestão que a polícia fez da chegada dos manifestantes à Puerta del Sol, já que não se preocupou, desde o início, em garantir uma verdadeira separação entre os manifestantes e os peregrinos.
Os manifestantes queixaram-se que a polícia não preparou a praça para a chegada dos manifestantes, nomeadamente evitando possíveis momentos de tensão com os peregrinos.
Os agentes policiais criaram depois cordões de segurança para separar os dois grupos mas, nessa altura, já todo o calendário e programação do protesto estava alterado.
A manifestação, que devia ter regressado ao ponto de partida, na praça Tirsa de Molino, acabou por ficar no Sol com a tensão a aumentar, acabando na carga policial que ainda continua em alguns pontos das ruas de acesso ao local.
Toda a Puerta del Sol está agora bloqueada por cordões policiais e, em alguns casos, com carrinhas da polícia.