A polícia turca dispersou hoje com gás lacrimogéneo e canhões de água milhares de manifestantes concentrados em Ancara e Izmir para homenagearam o jovem morto terça-feira na sequência de ferimentos provocados pela polícia.
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Reunidos numa praça do centro da capital, os manifestantes ecoaram palavras de ordem contra o Governo islamita-conservador e tentaram bloquear a circulação, antes da intervenção da polícia de choque que dispersou o protesto com gás lacrimogéneo.
Pelo menos dois manifestantes ficaram feridos e vários foram detidos pela polícia, referiu a agência noticiosa AFP.
«O Estado assassino vai prestar contas», referia um dos cartazes empunhados pelos manifestantes.
Nas paragens de autocarros, os manifestantes afixaram cartazes com o "retrato-robot" do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, acusando de ser o "assassino" de Berkin Elvan, e com comportamento "perigoso e agressivo".
Em Izmir, metrópole ocidental junto ao Mar egeu, diversas centenas de manifestantes convocados por sindicatos operários cumpriram um minuto de silêncio em memória de Berkin Elvan.
A polícia interveio após terem iniciado um desfile em direção aos edifícios governamentais, referiu a cadeia televisiva NTV, que também confirmou a hospitalização de diversos manifestantes devido aos canhões de água ou aos efeitos do gás lacrimogéneo.
A morte na terça-feira de um jovem de 15 anos, gravemente ferido pela polícia durante os protestos governamentais de junho, relançou a contestação contra Erdogan, a menos de três semanas das eleições municipais.