Os nove condenados poderão dormir em casa todos os fins de semana depois de lhes ter sido concedido o terceiro grau penitenciário.
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Os políticos catalães presos pelo processo independentista da Catalunha irão a casa, pela primeira vez, este fim de semana. Nove meses depois da sentença que os condenou a penas de entre 9 e 13 anos de prisão os Oriol Junqueras, Jordi Cuixart, Raul Romeva, Jordi Turull, Carme Forcadell, Dolors Bassa, Jordi Turull, Joaquim Forn y Jordi Sànchez dormem em casa já hoje.
A Generalitat da Catalunha concedeu-lhes o terceiro grau penitenciário, um regime de semiliberdade que lhes permite dormir os fins de semana em casa. Assim, os nove políticos presos passam a dormir na prisão de segunda a quinta-feira e, de sexta a domingo, têm autorização para permanecer em casa.
O regime prevê ainda um período de estadia dentro das instalações da prisão de entre 8 a 11 horas por dia e, durante o tempo que permanecerem fora do recinto os presos podem trabalhar e participar de maneira plena em qualquer atividade civil. Na prática isto significa que poderão também assistir e participar em atos políticos que os seus partidos organizem.
Os primeiros a sair da prisão, esta manhã, forma o líder do Esquerda Republicana, Oriol Junqueras, os conselheiros Raul Romeva e Jordi Turull e o líder da plataforma Omnium Cultural, Jordi Cuixart. Perto das 6.00 horas da manhã, os quatro saíram da prisão de Lledoners, em Barcelona. À saída, e em declarações aos jornalistas, Junqueras mostrou-se satisfeito por poder voltar a ver os seus: "Podem imaginar, não é preciso dar muitos detalhes".
Já Jordi Cuixart disse que este terceiro grau penitenciário não significa "nada", porque o que desejam é "sair da repressão de uma vez por todas". Turull, por sua vez, confessou que há muito esperava este dia: "Tenho vontade de agradecer a toda a gente por nos dar força e esperança".
Os nove condenados já podiam sair da prisão para trabalhar e fazer voluntariado, mas, até agora, não podiam dormir fora do estabelecimento prisional.
A medida foi anunciada esta semana pelo secretário de medidas penais da Generalitat, Amand Calderó. "O terceiro grau não é um levantamento da pena. É outra maneira de cumprir a pena, não uma forma de os deixar em liberdade", explicou na altura, sublinhando também que ajunta que tomou a decisão está formada por cerca de 30 funcionários independentes e sem ligações políticas. "A prisão não é um espaço de castigo ou vingança, é um espaço de reabilitação", concluiu.
Ainda não se sabe se o Ministério Público vai apresentar recurso contra esta decisão, mas é provável. Nesse caso, seria o Supremo Tribunal, o mesmo que julgou os nove políticos, a ter a última palavra. Se assim for, os condenados teriam de regressar à prisão até ser tomada a decisão final.