O governo polaco quer remover vestígios associados ao antigo regime comunista. Os monumentos vão ser transferidos para uma futura exposição sobre a influência soviética no país.
Corpo do artigo
A Polónia vai desmantelar mais de 200 monumentos evocativos do Exército Vermelho, que recordam a influência soviética no país, após a Segunda Guerra Mundial, e transferi-los para um parque próprio.
"Não há motivo para os monumentos à memória do Exército Vermelho, que invadiu o país por duas vezes [em 1920 durante a guerra polaco-bolchevique e em 1939 em simultâneo com a Alemanha de Hilter] e que é responsável por numerosos crimes após a guerra, sejam glorificados", considerou Pawel Ukielski, presidente-adjunto do Instituto Polaco da Memória Nacional.
O projeto inscreve-se na nova abordagem histórica do partido nacionalista-conservador Direito e Justiça, que subiu ao poder em 2015 e procura agora eliminar todos os vestígios associados ao antigo regime comunista.
"Os monumentos de 'gratidão ao Exército vermelho' serão transferidos para Borne Sulinowo" (noroeste do país), onde as tropas soviéticas na Polónia estiveram estacionadas durante cerca de meio século", precisou o historiador. Ao todo, são 229 os monumentos que vão ser desmantelados.
Em 2015, o desmantelamento de uma placa comemorativa do general soviético general Ivan Tcherniakhovski (no local onde o militar foi morto em 1945, num combate com o exército alemão), suscitou uma forte reação de Moscovo. Os historiadores polacos esperam que o novo projeto "não tenha consequências negativas nas relações entre a Polónia e a Rússia", referiu Ukielski.
Está previsto que o futuro parque de exposição abra em setembro de 2017, onde irão ser explicados aos visitantes "o significado e a função destes monumentos durante a ditadura comunista", acrescentou Ukielski.
As autoridades locais receberam instruções para desmantelar os monumentos de forma discreta, para evitar provocações e manifestações.