Quase duas semanas depois do atentado contra o Charlie Hebdo, o presidente francês dá um pulo nas sondagens. François Hollande volta a estar em alta. Último estudo diz que recolhe 40 por cento de opiniões favoráveis.
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É preciso recuar a 1991, ano da Guerra do Golfo, para encontrarmos registo de uma subida tão acentuada no índice de popularidade. Na época, foi protagonista François Mitterrand. Quase 25 anos depois, outro François, outro socialista, Hollande, vê a popularidade aumentar de forma vertiginosa junto do eleitorado francês.
A forma como geriu a crise terrorista permitiu ao presidente de França ganhos de simpatia de 21 pontos, situando-se agora nos 40%, de acordo com o barómetro Paris Match-Sud Radio Ifop Fiducial, publicado no site da revista semanal. Ou seja, a popularidade de François Hollande está ao nível do registado em fevereiro de 2013.
Segundo esta sondagem, 60 por cento dos entrevistados acreditam que o chefe de Estado defendeu bem os interesses de França na gestão da crise dos atentados de Paris, dentro e fora do país. O número de franceses que aprovam a sua política económica também aumentou 7%, apesar de continuar num nível baixo, situando-se agora nos 24%.
Quanto à reeleição de François Hollande, também aumentou a percentagem de pessoas que o querem no cargo mais tempo. Passou de 14%, em dezembro, para 23% este mês. Também o primeiro-ministro Manuel Valls é alvo de uma apreciação positiva com uma subida no índice de popularidade de 17 pontos.
E se para Holande os ganhos de popularidade se fazem sentir em especial entre o eleitorado socialista, a verdade é que também consegue cativar os eleitores de centro-direita da UMP de Nicolas Sarkozy, mais 16 pontos e até da Frente Nacional de Marine Le Pen, mais 17 pontos.
Mas a líder do partido de extrema-direita já veio desvalorizar estes resultados. Diz Marine Le Pen, na sua conta do "twitter", que tal se fica apenas a dever ao monopólio mediático de que foram alvo os dois políticos. Sol de pouca dura.
As opiniões deste estudo foram recolhidas por telefone entre os dias 16 e 17 de janeiro, numa amostra compostas com pouco mais de mil entrevistados.