"Por questões de humanidade." Luso-israelitas pedem ajuda a Portugal para resgate de reféns na Faixa de Gaza
O grupo de luso-israelitas com familiares entre os reféns recusou divulgar quantos na Faixa de Gaza têm passaporte português.
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A embaixada de Israel trouxe a Portugal um grupo de luso-israelitas com familiares que estão reféns na Faixa de Gaza desde 7 de outubro. Pedem todo o tipo de ajuda para trazerem os familiares de volta. Está em jogo a vida de 138 pessoas capturadas pelo Hamas.
Os membros deste grupo apresentam-se como familiares de reféns de nacionalidade portuguesa na posse do Hamas, mas alegam que é informação sensível, por isso não divulgam quantos dos reféns na Faixa de Gaza têm passaporte português nem desde quando. De microfone na mão, partilham testemunhos de como sobrinhos, tios, cunhados ou filhos foram sequestrados naquele dia 7 de outubro e de como as horas passaram a parecer anos em cada um dos 60 dias sem saber dos reféns.
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A viagem a Portugal vai trazer este e outros encontros com o Governo e partidos políticos que servem para pedir ajuda até que todos sejam libertados, mas a porta-voz das famílias dos reféns, Hila Maron, não parece esperançada noutro cessar-fogo.
"Não estamos aqui para falar de política, estamos por questões de humanidade. As pessoas não podem ser raptadas quando estão a dormir em casa. Sei que há perguntas sobre o cessar-fogo. Havia cessar-fogo a 6 de outubro e havia cessar-fogo a 7 de outubro. Não foi Israel que o quebrou, foi o Hamas. Israel deixou Gaza há 20 anos", desabafou Hila Maron.
O embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira, pega nessa referência à data do ataque e garante que não há como voltar atrás.
"Foi a segurança que ganhámos por sair de Gaza. O ponto alto foi o dia 7 de outubro. Não voltaremos a essa situação. Devemo-lo a Hila e às suas filhas e devemos isso ao povo de Israel. É preciso fazer outra coisa qualquer. Por um lado, não queremos voltar a Gaza, governar Gaza. Por outro lado, não podemos voltar à situação anterior. Quando terminarmos a guerra teremos de nos sentar com a comunidade internacional e outros parceiros e procurarmos a melhor solução para Gaza. Não voltaremos a governar Gaza, mas nenhuma solução pode colocar em causa a segurança de Israel", acrescentou Dor Shapira.
O primeiro-ministro de Israel repetiu, ainda esta quarta-feira, que não aceita forças internacionais na Faixa de Gaza nem o regresso da autoridade palestiniana. O futuro está em aberto, mas à distância de uma guerra que só se sabe que vai durar e cujo desfecho mantém reféns israelitas e palestinianos.
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