Nas motas, nos retrovisores dos carros, nas portas de casa. Este grupo da Assembleia Nacional Catalã, uma associação independentista, escolheu a noite do último dia de campanha para pendurar chaves.
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A clau - chave, em catalão - é de plástico amarelo. De um lado, lê-se "República Catalã". Do outro, "tu tens a chave".
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Nuria Bueso aperta o casaco polar, veste as luvas, e explica a mensagem: "Tu tens a chave para fazeres o que quiseres". No fundo, diz, representa todos os partidos pró-independência.
É um apelo ao voto numa região que tem taxas de participação bastante elevadas. Nas eleições de 2015, votaram 75% dos eleitores.
A expectativa das sondagens é que a afluência às urnas possa rondar os 80%, um número que só encontra comparação com os primeiros anos da democracia espanhola.
Nuria diz que não têm cravos, mas estão a tentar fazer uma revolução. "É pacifista, mas não conseguimos fazer com os cravos".
Aqui, na Praça Sant Antoni, estão os da Assembleia Nacional Catalã. Mas também existem os CDR, os comités de defesa do referendo. O R de referendo passou entretanto a ser um R de República ou de Revolução, explica Nuria, garantindo que ela, com 72 anos, prefere manter-se uma ativista à margem dos partidos. "Não sou de partidos nem de igrejas, sou livre", frisa.
E por isso está aqui, às dez da noite do último dia de campanha, a pendurar chaves da independência nos retrovisores dos carros.