Pelo menos 20 pessoas já perderam vida durante os protestos. As manifestações no Irão prolongam-se há seis dias.
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Sobe para 20, o número de mortos dos protestos dos últimos dias, no Irão. A televisão estatal dá conta esta de mais nove vítimas mortais, esta sexta-feira, incluindo uma criança de 11 anos.
As manifestações no Irão prolongam-se há seis dias. Os iranianos protestam contra o aumento do preço de alimentos e combustíveis.
O anúncio de mais austeridade, com o corte de subsídios mensais a 34 milhões de iranianos, levou milhares de pessoas às ruas de Mashhad, a segunda maior cidade do país.
As manifestações rapidamente se transformaram num grito de revolta contra o governo e o presidente Hassan Rouhani. Há também palavras de ordem proibidas contra o guia supremo e a teocracia islâmica, atos que têm dado ao regime carta-branca para repressão violenta contra os manifestantes.
Em 2015, o acordo sobre o programa nuclear iraniano trouxe uma luz de esperança ao país, sem sanções económicas e menos isolado politicamente. Mas, dois anos depois, os iranianos continuam a queixar-se de desigualdades económicas, do aumento dos preços e desemprego.
Os manifestantes protestam também contra a política externa do Irão. O apoio ao Hezbollah no Líbano, ao Hamas na Palestina e o combate contra o Daesh na Síria e no Iraque trouxe muitas despesas ao país.
Os olhos do mundo estão agora postos no Irão. O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu desejou sucesso ao povo iraniano na demanda pela liberdade. Na Alemanha, o ministro dos Negócios Estrangeiros Sigmar Gabriel pede o fim da violência e sublinha o direito à manifestação. Já Donald Trump escreveu no Twitter que o povo iraniano tem sido reprimido e que tem fome de comida e liberdade, pedindo uma mudança.
O presidente do Irão reconheceu o direito dos cidadãos ao protesto e à crítica, mas rejeita qualquer tipo de violência ou destruição de propriedade pública. Hassan Rouhani deixou ainda críticas aos comentários do presidente norte-americano, Donald Trump.
O governo iraniano já bloqueou as redes sociais no país e limitou o acesso à internet.