Navegação está suspensa até ser desencalhado o porta-contentores que se atravessou no canal devido aos ventos fortes. Há centenas de navios à espera para passar.
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A navegação no Canal de Suez está "temporariamente suspensa" até se conseguir desencalhar o navio porta-contentores que está a bloquear o tráfego marítimo desde quarta-feira de manhã, anunciou a Autoridade Egípcia do Canal de Suez.
O navio, do tamanho de um arranha-céus, parou o Canal de Suez, no Egito, quando, na noite de terça para quarta-feira, se atravessou devido a ventos fortes, sendo que, segundo as autoridades, já obrigou à paragem de 150 outros navios.
Nas primeiras horas do dia, estavam "13 navios da rota norte [vindos do Mediterrâneo] parados em áreas de espera", disse o porta-voz da Autoridade Egípcia do Canal de Suez (SCA), George Safwat.
Os esforços para libertar o "Ever Given", usando dragas, escavações e até a maré alta, ainda não conseguiram empurrar o porta-contentores para o lado, o que já custou milhões de euros a transportadoras de carga.
A empresa japonesa Shoei Kisen Kaisha, que anunciou hoje ser proprietária do porta-contentores, admitiu que vai ser "extremamente difícil" desencalhá-lo e apresentou um pedido de desculpas por escrito pelo incidente.
"Estamos determinados a continuar o trabalhar arduamente para resolver a situação o mais rapidamente possível", referiu a Shoei Kisen Kaisha.
"Gostaríamos de pedir desculpas a todas as partes afetadas por este incidente, incluindo os navios que viajam e planeavam viajar pelo Canal de Suez", disse.
Retirar peso do navio pode ser solução
Questionado sobre o assunto, o capitão do Porto de Setúbal entende que uma das soluções para conseguir mover o Ever Green pode passar pela retirada de alguns contentores, de forma a ter menos peso. Nuno Gouveia explica à TSF que o tempo pode prejudicar a operação que mobiliza dezenas de rebocadores.
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Petróleo disparou, mas incidente não deve aumentar preços dos combustíveis
Por causa deste incidente, os preços do petróleo nos mercados internacionais subiram mais de 5% e as ações das empresas petrolíferas (incluindo as da Galp) também inverteram a tendência de descida que se sentia nos últimos tempos.
O secretário-geral da APETRO diz à TSF que este é um mercado "muito sensível a qualquer perturbação" e por vezes basta "uma simples declaração de um responsável político para alterar as cotações do produto, pelo que ainda mais um incidente físico que pode perturbar durante um determinado período de tempo o fluxo do petróleo".
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