Portas recorda «protetorado» da 'troika' e «sacrifícios» dos portugueses para comentar Juncker
O presidente do CDS-PP e vice-primeiro-ministro comentou hoje as declarações do presidente da Comissão Europeia referindo-se à situação de «protetorado» em que a 'troika' deixou Portugal e aos «sacrifícios» dos portugueses que permitiram ultrapassar essa etapa.
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À saída da abertura das «jornadas do investimento», promovidas por PSD e CDS-PP, Paulo Portas foi confrontado pelos jornalistas com as declarações de Jean-Claude Juncker, que disse na quarta-feira que a 'troika' «pecou contra a dignidade» de portugueses, gregos e também irlandeses, reiterando que é preciso rever o modelo e não repetir os mesmos erros.
«Ouviram-me muitas vezes dizer que a situação que em 2011 o Governo socialista atirou Portugal era a situação de um protetorado e ouviram-me muitas vezes dizer que o cogoverno com o sindicato de credores era um vexame para uma nação com 900 séculos de história», afirmou Paulo Portas, que não comentou que o ministro da Presidência tenha dito hoje que Juncker foi «infeliz» nas suas declarações.
«Ouviram-me muitas vezes criticar a divergência e até uma certa hipocrisia entre as lideranças políticas por exemplo do FMI e as equipas técnicas das entidades e instituições que, no terreno, faziam coisas diferentes», declarou Portas à saída da iniciativa em que interveio juntamente com o presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
O vice-primeiro-ministro afirmou que um dos dias da sua vida política em que teve «maior vergonha» foi quando «Portugal pediu o resgate, em desespero, de mão estendida». «E nestes anos muito difíceis para todos, um dos dias em que senti missão cumprida foi o dia em que Portugal terminou o programa com a 'troika', maio de 2014», sublinhou.
Para Paulo Portas, «mais do que uma proeza da 'troika' em Portugal, foi a dignidade dos portugueses, tem 900 anos, foi o esforço dos portugueses, foi o sacrifício dos portugueses, que permitiu superar a etapa da 'troika'».