Margarida Sousa fala sobre "o coração que aperta um bocadinho", quando passa pelo local. Há mais segurança, mas "é sempre uma má sensação", desabafa a porteira que ajudou vítimas dos atentados.
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Quase um ano depois dos atentados de Paris, Margarida Sousa prepara-se para a cerimónia de homenagem às vítimas, marcada para domingo. Porteira há 25 anos, mora mesmo ao lado da sala de espetáculos Bataclan, um dos alvos do ataque terrorista, que vai reabrir no sábado, com um concerto de Sting.
Passar junto ao Bataclan "é sempre uma má sensação", descreve a portuguesa natural da freguesia de Galegos, no concelho de Penafiel, à TSF. Sente que "o coração aperta um bocadinho" e a "noite de terror" volta a ocupar as memórias. "Temos sempre um bocadinho de medo, mas estamos confiantes. Vai correr tudo bem".
Margarida Sousa tem testemunhado um reforço da segurança, em particular junto ao Bataclan, onde morreram 90 pessoas no ataque de 13 de novembro de 2015. Nessa noite, Margarida Sousa e uma outra moradora do prédio onde vive abriram as portas e ajudaram cerca de 40 pessoas. Trocaram contactos, guardaram uma amizade: "chegaram a vir visitar-nos, com flores e chocolates". Entre lágrimas e alguns sorrisos "aqueles momentos de terror acabavam por falar".
Nesta segunda vida do Bataclan há também espaço para uma banda portuguesa, os Resistência, que vão atuar na sala de espetáculos a 29 de janeiro, no âmbito das celebrações dos 25 anos da associação de jovens lusodescendentes Cap Magellan.