Furacão deve chegar ao arquipélago com ventos acima dos 100 km/h. Fantasma do furacão Maria, de 2017, ainda paira sobre o território.
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Porto Rico prepara-se para enfrentar, nas próximas horas, o furacão Dorian. O fenómeno meteorológico subiu de categoria nas últimas horas e deve chegar ao território porto-riquenho com ventos de velocidade superior a 100 km/h.
José Manuel Rico, um português que vive em Porto Rico há dez anos, está preocupado com a chegada do furacão e já preparou a família para o que aí vem. Há água e comida seca, que não se estraguem a serem armazenadas e conseguiram ainda "um geradorzito" para combater as falhas de energia.
"A minha esposa e o meu filho já tiveram uma má experiência com o furacão Maria [2017]. Há bastante ansiedade e incerteza", reconhece José Manuel Rico.
O ano de 2017 foi de destruição em Porto Rico. A passagem do furacão Maria devastou a ilha de Porto Rico por completo e José Manuel Correia diz que, ainda hoje, há pessoas a viver em tendas da Proteção Civil. Por isso, este novo furação pode causar novos danos em estruturas que ainda estão frágeis.
"Muitos sítios ainda não estão restabelecidos do outro furacão. Ainda há muita casa com telhados provisórios com condições bastante más. A preocupação é algo a ter em conta", alerta o português.
José Manuel Rico vive em Guayama, no sul de Porto Rico e, segundo o próprio, há cerca de 50 portugueses a viver em toda a ilha.
Para já, o furacão Dorian está a provocar ventos de 120 km/h mas os meteorologistas preveem que comece a ficar mais forte e possa atingir a categoria 3, chegando a provocar ventos de 177 km/h.
Já há milhares de pessoas sem eletricidade em vários pontos do arquipélago e alguns navios cruzeiro rumaram a regiões mais tranquilas. Uma centena de voos que deveriam ter aterrado no Aeroporto Internacional Luis Muñoz Marin foram cancelados.
A governadora de Porto Rico decidiu que esta quinta-feira, depois de o furacão ter passado pelo território, as escolas vão manter-se fechadas e os funcionários públicos não vão ter de se apresentar ao trabalho.
Wanda Vázquez decidiu também decretar a "lei seca": nas próximas 24 horas é proibido vender bebidas alcoólicas. Para já, quis passar uma mensagem de tranquilidade, garantindo que desta vez as ilhas estão mais bem preparadas para enfrentar a tempestade do que estavam em 2017, quando morreram três mil pessoas com a passagem do furacão Maria.
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A governadora pediu também à população que permaneça em lugares seguros, em casa ou em abrigos que já estão preparados.
Apesar de ainda não ter chegado ao arquipélago, o Dorian já fez uma vitima indireta, um homem de 80 anos que se desequilibrou e caiu de um telhado a que tinha subido para desentupir os ralos.
A República Dominicana também já começou a preparar-se para a eventualidade do furacão Dorian atingir a ilha: há três mil edifícios identificados para serem convertidos em abrigos. O responsável pelas operações de emergência garante que estes abrigos vão ter capacidade para alojar 800.000 pessoas.
O furacão Dorian deve atingir a Florida na próxima segunda-feira e o governador já declarou o estado de emergência.
"Declarei o estado de emergência de modo a garantir que a Florida está completamente preparada para o furacão Dorian", refere em comunicado, apelando aos cidadãos que estejam atentos e que tenham reservas de "comida, bebida e medicamentos para sete dias".
A declaração de estado de emergência permite uma melhor mobilização dos serviços públicos do Estado e solicitar, se necessário, o auxílio federal.