Portugal e Bélgica em sintonia. É preciso apurar responsabilidades no caso Khashoggi
Ministros dos Negócios Estrangeiros de ambos os países defendem que possível embargo à venda de armas deve ser discutido no quadro da União Europeia.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, defendeu esta terça-feira, em conjunto com o homólogo belga, a necessidade de um inquérito aprofundado à morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
No final de um encontro com Didier Reynders, Santos Silva admitiu que a União Europeia deve tomar uma posição conjunta em relação ao homicídio de Khashoggi, à imagem do que fez em relação à Venezuela, e salientou a importância de identificar os responsáveis pela morte do jornalista.
"Precisamos de uma investigação aprofundada para identificarmos os responsáveis, traze-los à justiça, mas também de ter em conta as responsabilidades políticas deste homicídio. Quanto ao possível embargo às armas, podemos discuti-lo no quadro da União Europeia. Nós não vendemos armas, não estamos particularmente preocupados, mas lembramos que no início deste ano decidimos um embargo às armas para a Venezuela e devemos seguir os mesmos parâmetros", declarou Santos Silva.
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No final da reunião bilateral, o ministro belga dos Negócios Estrangeiros fez questão de salientar a necessidade de aprofundar as relações com Portugal no que toca ao investimento e destacou as posições conjuntas dos dois países no quadro da UE, mas também dos interesses em África. O chefe da diplomacia belga manifestou ainda o interesse do país em adquirir o estatuto de observador na CPLP.
Jamal Khashoggi desapareceu a 2 de outubro de 2018 depois de entrar no consulado saudita em Istambul.
Depois da própria Arábia Saudita ter admitido que o jornalista morreu no interior do consulado, foram esta terça-feira encontrados os restos mortais de Khashoggi.