O comissário europeu para os Assuntos Económicos, Olli Rehn, disse hoje que «Portugal está a fazer bons progressos com o seu programa para alicercar a sustentabilidade orçamental».
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Ao mesmo tempo, Rehn realçou que o país tem, também, progredido em relação às melhorias no campo da competitividade, salientando que «a consolidação orçamental é uma condição necessária, mas insuficiente para trazer a Europa de volta aos carris».
Em relação à Irlanda, o comissário europeu declarou que o exemplo de Dublin «demonstra que a abordagem da assistência financeira condicional pode funcionar e funciona» e que, «graças a uma consolidação orçamental determinada», à reestruturação do sector bancário e às reformas estruturais, «a economia irlandesa está no caminho da recuperação».
Olli Rehn propôs hoje que se associe a emissão de títulos conjuntos da dívida pública de países da zona euro com uma maior supervisão fiscal, num discurso pronunciado em Berlim.
«A perspectiva de criação de títulos de estabilidade podia ajudar a superar a crise, mas também conheço a forte resistência contra este instrumento», disse Rehn na conferência anual da Confederação dos Empresários Alemães (BDA), aludindo à recusa da chanceler Angela Merkel em aceitar 'eurobonds'.
«Para mim é claro que qualquer tipo de 'eurobonds' tem de ser associado a uma supervisão e coordenação fiscais claramente mais fortes», acrescentou o comissário europeu.
Uma tal supervisão teria consequências, no entanto, para a soberania dos Estados da zona euro, «e por isso é necessário que estes a debatam profundamente», advertiu Rehn.
A comissão Europeia pretende apresentar na quarta-feira, em Bruxelas, propostas para a introdução de 'eurobonds', como solução para resolver a crise das dívidas soberanas.
O comissário para os assuntos financeiros adiantou que se trata de um pacote de propostas para complementar as recentes iniciativas sobre supervisão fiscal, e avançar para uma união económica.