Portugal podia ter mais e melhor intervenção na UE se não existisse tanta rotatividade de eurodeputados
A conclusão está num estudo apresentado, esta tarde, em Braga sobre a participação do país nas decisões europeias. O trabalho foi encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
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Um dos autores, Alexander Trechsel, explica que, tendo em conta a dimensão de Portugal, o país até não fica mal na fotografia, mas podia estar muito melhor se os eurodeputados portugueses não ficassem tão pouco tempo em Bruxelas.
«Os eurodeputados portugueses permanecem em Bruxelas durante 5 anos e depois 70% deles regressam a casa. Portugal perde, assim, a experiência, a rede de contatos e as relações extremamente necessárias e importantes para garantir um lugar de destaque nas comissões ou, por exemplo, como autores dos relatórios feitos pelo Parlamento Europeu», explica Alexander Trechsel.
Este estudo sobre a participação de Portugal nas decisões europeias revela ainda que a lealdade dos eurodeputados portugueses aos grupos políticos onde estão inseridos é mais forte do que a lealdade ao país.
«Quando se têm interesses em comum, como por exemplo o desenvolvimento regional, nesta área há bastante coesão mas mal a questão se torna realmente económica, os eurodeputados portugueses votam de forma dividida, de acordo com as linhas partidárias e votam em conformidade, muito mais do que se votassem relativamente a um assunto nacional», adianta.
Pelo menos é isso que se nota na maioria das votações no Parlamento Europeu. O trabalho sublinha ainda o forte impacto em Portugal das políticas da União Europeia.