É o único jornal português na Alemanha e fez, por estes dias, 25 anos. Todos os meses, no dia 10, o Portugal Post é enviado por correio a cerca de mil assinantes. No dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, fomos conhecer este jornal, que tem, desde há seis meses, um novo diretor.
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Foi depois de um estudo encomendando por uma rádio alemã que Mário dos Santos decidiu fazer um jornal. Pediram-lhe que tentasse descobrir se a comunidade portuguesa tinha alguma fonte de informação na Alemanha. Percebeu que não, não havia nada escrito ou falado em português, "apenas um jornal da igreja". Na altura com 40 anos, aventurou-se a um "número 0" que correu bem. Chamou ao jornal "Correio de Portugal" e, mais tarde, "Portugal Post". O primeiro saiu em maio de 1993 e, desde então, no dia 10 de cada mês, o PP chega às bancas e ao correio dos assinantes.
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O primeiro artigo, recorda o fundador, foi sobre a comunidade portuguesa na Alemanha "um retrato social, etário, dos vários grupos, quantas pessoas é que tinham a dupla nacionalidade, o papel das mulheres ou que tipo de profissões é que os jovens tinham". A comunidade mudou muito e o PP foi-se adaptando mas sem nunca deixar o papel "o digital é quase uma coisa sem alma, enquanto o jornal tem, chega a casa das pessoas, é quase um ritual". Tiago Pinto Pais concorda, "as pessoas gostam de o folhear, de o passar de mão em mão, entre as famílias, as associações, os clubes".
Para o novo diretor, no cargo há seis meses, não faz sentido deixar este formato mas sim fortalece-lo dando "espaço a temas mais aprofundados" como o financiamento dos partidos políticos ou a gentrificação. Com os 25 anos do jornal, Tiago Pinto Pais decidiu apostar num novo grafismo. Mas tem outros projetos que passam, por exemplo, pela criação de podcasts.
Atualmente o "Portugal Post" tem cerca de mil assinantes. Mário dos Santos ainda se recorda de ir às festas da comunidade portuguesa da Alemanha para dar a conhecer o jornal "eu conhecia quase todas as músicas pimba, nós íamos ter com as pessoas às festas e falávamos com elas". O fundador do jornal lembra que existiam perto de três centenas de associações portuguesas espalhadas pela Alemanha, "às vezes havia duas na mesma rua". As associações ajudavam quem chegava a encontrar um trabalho ou uma escola, por exemplo. Atualmente, sublinha Mário dos Santos, "a comunidade já está completamente integrada".