Cidadãos de várias nacionalidades foram retirados de Cartum em operações coordenadas por Espanha e Itália, em estreita colaboração com outros países aliados.
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Mais de 1000 cidadãos europeus já foram retirados do Sudão em várias pontes aéreas de diversos estados-membros. O número foi confirmado oficialmente esta segunda-feira pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
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Entre este grupo de cidadãos da União Europeia estão vários portugueses. O primeiro grupo de cidadãos nacionais foi incluindo na operação levada a cabo pela Força Aérea espanhola, que retirou da capital do país africano, Cartum, mais de 100 pessoas de várias nacionalidades.
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Esta operação das forças espanholas, realizada ontem à noite, abrangeu 200 militares e quatro aviões A400. O avião militar espanhol "descolou de Cartum pouco antes das 23:00 locais (22:00 hora de Lisboa) com cerca de uma centena de passageiros", referiu o Governo espanhol em comunicado.
Além de espanhóis, entre os passageiros há portugueses, italianos, polacos, irlandeses, mexicanos, venezuelanos, colombianos e argentinos, bem como sudaneses, detalharam fontes do Ministério da Defesa espanhol, citadas pela Lusa.
Itália também realizou uma operação idêntica, tendo retirado mais de 130 civis de Cartum, uma cidade mergulhada em violência entre o exército sudanês e os paramilitares.
"[Os] 105 cidadãos italianos e 31 estrangeiros, incluindo portugueses, australianos, gregos, britânicos e suecos, foram transferidos para Djibuti", informou o Governo italiano em comunicado, no domingo à noite.
A operação foi realizada "em colaboração com outros países europeus e aliados", tendo sido criada "uma ponte aérea internacional autorizada a chegar à base militar em Djibuti".
Desde 15 de abril que se registam violentos combates no Sudão, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de 2021, e um ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).