Está a aumentar a procura da Linha Brexit, o centro de atendimento telefónico de apoio consular no Reino Unido.
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Desde o dia 1 de abril a linha de apoio aos portugueses que vivem no Reino Unido recebeu mais de 1600 chamadas. Uma das perguntas mais frequentes está relacionada com a renovação do cartão do cidadão.
O Secretário de Estado Adjunto e da Modernização Administrativa revela à TSF que apesar de este apoio não "ter sido ainda amplamente divulgado junto da comunidade portuguesa tem tido bastante procura. Uma das questões que mais preocupa dos portugueses é saber se a partir do momento que o Reino Unido saia da União Europeia se podem continuar a entrar no país usando o cartão do cidadão ou o passaporte."
Luís Goes Pinheiro admite que "maior incerteza das pessoas pode gerar um maior número de chamadas" daqui para a frente e por isso mesmo está já previsto um reforço no serviço da linha Brexit com a contratação de mais três funcionários, passando a 10 durante o mês de julho.
Prolongamento do Brexit vai dar tranquilidade à comunidade portuguesa
O secretário de Estado das comunidades acredita que o adiamento do Brexit pelo menos até 31 de outubro tranquiliza os portugueses que vivem no Reino Unido. José Luís Carneiro sublinha que haverá mais tempo para regularizar toda a documentação necessária para viver no país, nomeadamente, "a renovação do cartão dos cidadão e do passaporte".
"Este ano haverá necessidade de renovar cerca de 39 mil passaportes e cartões de cidadão em Londres e Manchester" e o Governo português garante que "terá capacidade para dar resposta a todos aqueles que precisarem de apoio consular no Reino Unido".
José Luís Carneiro lembra que o importante é que os cidadãos "mantenham alguma tranquilidade porque se o Reino Unido decidir sair até 31 de outubro, com acordo, ainda temos até ao final de 2020 para renovar toda a documentação e solicitar o estatuto de residente".
Atualmente há cerca de 309 mil portugueses no Reino Unido inscritos na Segurança Social britânica e o país "continua a ser o mais procurado principalmente pelos cidadãos mais qualificados no setor da saúde. "O secretário de Estado das comunidades defende que em causa está "um país de ida e de regresso muito regular. Hoje é mais rápido chegar ao Reino Unido de avião do que chegar ao Porto de carro e é mais barato".
José Luís Carneiro está confiante que estes fluxos vão consolidar-se no futuro, independentemente do Brexit, "a não ser que haja um retrocesso no liberalismo económico e uma restrição nos vistos".
Nesta altura, o secretário de Estado das comunidades faz questão de sublinhar que "a lei relativa aos direitos dos cidadãos britânicos em Portugal está garantida" e espera que o mesmo aconteça no Reino Unido com os portugueses.