Portugueses repatriados já em Lisboa. Casa Branca diz que Irão pode montar bomba nuclear em 15 dias, Trump analisa envolvimento no conflito
A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis. Acompanhe os últimos desenvolvimentos com a TSF
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A Casa Branca avançou esta quinta-feira que o Presidente norte-americano, Donald Trump, vai tomar uma decisão nas próximas duas semanas sobre um eventual envolvimento dos EUA no conflito Israel-Irão.
O secretário de Estado das Comunidades avançou esta quinta-feira que o avião que aterrou no aeródromo de Figo Maduro, em Lisboa, transportou 69 pessoas, incluindo 48 portugueses, vindas de Israel, na sequência do conflito com o Irão.
Em declarações aos jornalistas, depois da chegada dos passageiros que pediram a Portugal o repatriamento, o secretário de Estado das Comunidades, Emídio Sousa, explicou que viajaram, no total, 69 pessoas - adultos e crianças. Destas, 48 são cidadãos portugueses e os restantes 21 são de outras nacionalidades - espanhola, alemã, israelita, checa, austríaca, búlgara, argentina e ucraniana.
Dezenas de aviões militares norte-americanos foram retirados da pista de uma das maiores bases dos Estados Unidos no Médio Oriente, segundo imagens de satélite, o que pode proteger os equipamentos de possíveis ataques de Teerão, indicou hoje a France-Presse.
Entre 05 de junho e hoje, a base americana de Al Udeid, no Qatar, foi quase totalmente esvaziada de aviões visíveis, segundo as imagens de satélite Planet Labs PBC analisadas pela agência de notícias France-Presse (AFP), que recorda que Washington pondera intervir militarmente na guerra entre Israel e o Irão.
Cerca de 40 aviões militares estavam estacionados na pista da base a 05 de junho: aparelhos de grande porte e transportadores de tropas, aviões de reconhecimento e de operações especiais do tipo Hércules C-130. Nas imagens de hoje apenas três aviões de transporte eram visíveis, de acordo com a AFP.
Além disso, “por precaução e à luz das hostilidades regionais em curso”, os Estados Unidos (EUA) “aconselharam o pessoal a ser particularmente vigilante” e “restringiram temporariamente” o acesso à base de Al Udeid, segundo uma nota publicada hoje na página da embaixada no Qatar.
Estas decisões surgem no momento em que o Presidente dos Estados Unidos deverá decidir, dentro de duas semanas, segundo a Casa Branca, sobre uma eventual intervenção americana ao lado de Israel contra o Irão, que poderia retaliar com ataques contra as numerosas bases americanas na região.
A Casa Branca afirmou hoje que o Irão tem capacidade para montar uma bomba nuclear em "quinze dias" se o líder supremo, Ayatollah Ali Khamenei, der a ordem.
"Vamos ser muito claros: o Irão tem tudo o que precisa para construir uma arma nuclear. Tudo o que precisam é de uma decisão do líder supremo para o fazer, e demorariam quinze dias a completar a produção desta arma, que representaria uma ameaça existencial não só para Israel, mas também para os Estados Unidos e para o mundo inteiro", declarou a porta-voz do Executivo americano, Karoline Leavitt, numa conferência de imprensa.
A responsável disse também que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai tomar uma decisão sobre uma eventual intervenção norte-americana no Irão “nas próximas duas semanas”.
"Dado que existe uma possibilidade substancial de potenciais negociações com o Irão num futuro próximo, tomarei a minha decisão sobre ir ou não para lá nas próximas duas semanas", disse o líder norte-americano, numa declaração transmitida pela porta-voz presidencial.
Leavitt sublinhou que "ninguém deve ficar surpreendido" com a abordagem de Trump de que o Irão "não deve ter uma arma nuclear", uma posição que tem defendido "não só como Presidente, mas também como cidadão".
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai tomar uma decisão sobre uma eventual intervenção norte-americana no Irão “nas próximas duas semanas”, anunciou hoje a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em conferência de imprensa.
"Dado que existe uma possibilidade substancial de potenciais negociações com o Irão num futuro próximo, tomarei a minha decisão sobre ir ou não para lá nas próximas duas semanas", disse o líder norte-americano, numa declaração transmitida pela porta-voz presidencial.
Leavitt sublinhou que "ninguém deve ficar surpreendido" com a abordagem de Trump de que o Irão "não deve ter uma arma nuclear", uma posição que tem defendido "não só como Presidente, mas também como cidadão".
"Em 2011, afirmou que o principal objetivo dos Estados Unidos no Irão deveria ser destruir as suas ambições nucleares. Em 2015, disse que o Irão representava uma ameaça para Israel, para os aliados do Médio Oriente e para os Estados Unidos", recordou a porta-voz.
Nos últimos dias, os meios de comunicação social norte-americanos noticiaram que Trump aprovou alegados planos para atacar o Irão, mas que ainda não tomou uma decisão final.
De acordo com a emissora CBS, citando uma fonte dos serviços secretos e um funcionário do Departamento de Defesa, o Presidente deu luz verde para se juntar formalmente à campanha aérea de Israel contra o regime iraniano.
Na terça-feira, Trump disse a conselheiros que estava a adiar a ordem final no caso de Teerão decidir abandonar o seu programa nuclear, disseram três fontes familiarizadas com o assunto ao diário The Wall Street Journal.
O Presidente contestou hoje estas afirmações na sua rede social Truth Social: "O The Wall Street Journal não faz ideia do que penso sobre o Irão!", escreveu.
O avião que transporta os cidadãos portugueses que pediram o respetivo repatriamento de Israel, na sequência do conflito com o Irão, aterrou hoje, pelas 19h45, no aeródromo de Figo Maduro, em Lisboa.
Esta operação de repatriamento foi coordenada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, e no aeródromo de Figo Maduro está presente o secretário de Estado das Comunidades, Emídio Sousa.
Os portugueses que voaram hoje de Israel para Portugal, num avião da TAP que tinha chegada prevista para as 18h00, serão transportados para o aeroporto de Lisboa, onde os familiares os aguardam.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano disse hoje que o ataque desta manhã visava uma sede da inteligência israelita e não o hospital Soroka, no sul de Israel, missiva condenada por Israel e Cruz Vermelha.
“Hoje cedo, as nossas poderosas Forças Armadas eliminaram com precisão um quartel-general do Comando Militar, Controlo e Inteligência israelita e outro alvo vital”, disse o ministro Abbas Araqchi, numa mensagem na sua conta X.
De acordo com o governante, “a onda de explosão causou danos superficiais numa pequena secção do Hospital Militar Soroka, que foi evacuada em grande parte”.
O jornal israelita The Times of Israel referiu hoje que a base militar mais próxima de Soroka fica a cerca de dois quilómetros de distância, mas o ministro iraniano publicou um mapa onde se pode ler que o centro médico está separado de um “campus de inteligência” do exército israelita por uma rua.
O Ministério da Saúde israelita informou que o ataque deixou 71 feridos ligeiros e uma pessoa que teve de ser tratada por ansiedade e condenou o ataque ao centro, que “é um dos melhores de Israel”.
Para o Irão, este centro “é utilizado principalmente para tratar os soldados israelitas envolvidos no genocídio em Gaza”, onde recordou que Israel “destruiu ou danificou 94% dos hospitais palestinianos”.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) apelou hoje ao “respeito” e à “proteção” dos hospitais.
“Os feridos e os doentes, o pessoal médico e os hospitais devem ser respeitados e protegidos”, declarou o CICV, apelando ao respeito do direito internacional no sétimo dia da guerra entre Israel e o Irão.
Por seu lado, o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, acusou o Irão de atacar “deliberadamente” civis, qualificando de “crime de guerra” o bombardeamento de ao hospital.
O ministro iraniano dos negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, anunciou hoje que vai a Genebra para participar de uma reunião, na sexta-feira, com os seus homólogos da França, Alemanha e Grã-Bretanha e a chefe da diplomacia da União Europeia (UE).
"Vamos reunir-nos com a delegação europeia em Genebra na sexta-feira", disse o ministro num comunicado publicado pela agência de notícias oficial iraniana IRNA.
França, Alemanha e Reino Unido - os três países europeus que faziam parte da antiga delegação 5+1 (os cinco países membros do Conselho de Segurança, onde se inclui os Estados Unidos, mais a Alemanha) que assinou em 2015 o acordo nuclear com o Irão - tinham proposto, no início desta semana, retomar as negociações sobre o tema do nuclear com Teerão.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu hoje que vai fazer “desaparecer” a ameaça do nuclear iraniano.
Em conferência de imprensa a partir do hospital Soroka, na cidade de Beersheva, no sul de Israel, atacado por mísseis iranianos, Netanyahu afirmou: “Temos um duplo objetivo: o nuclear e os mísseis balísticos. Vamos fazê-los desaparecer. Estamos no processo de finalizar a eliminação dessa ameaça.”
E acrescentou: "Estamos determinados a destruir a ameaça nuclear, a ameaça da destruição nuclear de Israel."
Depois de um míssil iraniano ter atingido o Hospital Soroka, o primeiro-ministro israelita veio de imediato garantir, nas redes sociais, que "os tiranos de Teerão" vão pagar pelo que fizeram.
Os presidentes russo e chinês "condenaram firmemente" os ataques israelitas no Irão, apelando a uma resolução por via política e diplomática, anunciou esta quinta-feira o Kremlin, após um contacto telefónico entre Vladimir Putin e Xi Jinping.
"Moscovo e Pequim partem ambos do princípio de que o desfecho da situação atual (...) não pode ser encontrado pela força e que esta solução pode e deve ser obtida exclusivamente por meios políticos e diplomáticos", declarou o conselheiro diplomático de Vladimir Putin, Iuri Uchakov, à imprensa.
"A primeira prioridade é promover o cessar-fogo e a interrupção das hostilidades. A força não é a maneira correta de resolver os diferendos internacionais", afirmou Xi Jinping no telefonema com Putin, relatou a agência estatal chinesa Xinhua.
"Ambas as partes têm abordagens idênticas", frisou Uchakov.
Vladimir Putin reiterou a sua disponibilidade para mediar o conflito entre Israel e o Irão, inimigos declarados.
"O nosso Presidente confirmou a vontade da Rússia de desenvolver esforços de mediação, se necessário. O líder chinês pronunciou-se a favor de tal mediação, considerando que esta poderia contribuir para desanuviar a situação atual", afirmou Uchakov, detalhando que a conversa telefónica entre os dois dirigentes, durou "cerca de uma hora".
No entanto, esta proposta de mediação, reiterada várias vezes desde os primeiros ataques israelitas ao Irão há quase uma semana, está longe de reunir consenso.
A Embaixada da China em Israel começou a registar os cidadãos chineses residentes naquele país que desejem ser retirados para o Egito, num processo que terá início na sexta-feira, anunciou esta quinta-feira a missão diplomática, em comunicado.
De acordo com a nota, “não se pode descartar” um agravamento da situação, na sequência da escalada de ataques entre Israel e o Irão durante a última semana, razão pela qual a embaixada prestará apoio aos cidadãos que optem por abandonar o território israelita.
A retirada será feita por via terrestre, através de grupos organizados, transportados em autocarro até ao posto fronteiriço de Taba, na fronteira entre Israel e Egito.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Guo Jiakun revelou na quarta-feira que alguns cidadãos chineses já “foram transferidos com sucesso desde Israel”, sem avançar mais pormenores.
Segundo dados oficiais, residem atualmente cerca de 1200 cidadãos chineses em Israel.
Em paralelo, a China iniciou também a retirada dos seus nacionais no Irão, onde a comunidade chinesa ronda as 4000 pessoas.
O Irão acusou esta quinta-feira a Agência Internacional de Energia Atómica das Nações Unidas de agir como "parceira" da "guerra de agressão" de Israel.
Em causa está um relatório da agência, publicado antes do início da guerra Irão-Israel, no qual denunciou que o regime de Teerão não estava a cumprir com as suas obrigações em relação ao programa nuclear.
Dirigindo a mensagem ao diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaeil Baqaei, escreveu na rede social X: "Vocês traíram o regime de não-proliferação; vocês fizeram da AIEA uma parceira nesta guerra injusta de agressão".
Chega esta tarde ao aeroporto Figo Maduro, em Lisboa, o voo da TAP que transporta os portugueses que estavam em Israel e que quiseram sair devido ao conflito com o Irão.
"Está a decorrer neste momento a fase final da operação desencadeada e coordenada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, de repatriamento de portugueses de Israel. O voo da TAP deverá chegar ao AT1, em Figo Maduro, por volta das 18h30", indica em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse esta quinta-feira que "os tiranos de Teerão" vão pagar pelo que fizeram, depois de um míssil iraniano ter atingido o Hospital Soroka, no sul de Israel.
"Esta manhã, os tiranos terroristas do Irão lançaram mísseis contra o Hospital Soroka em Beersheba e contra civis no centro de Israel. Vamos exigir o preço total dos tiranos de Teerão", escreveu nas redes sociais.
O ataque contra o Hospital Soroka pouco depois das 07h00 locais (05h00 em Lisboa) causou graves danos a um dos edifícios do complexo, embora apenas algumas pessoas tenham ficado ligeiramente feridas, segundo o hospital.
O Presidente israelita, Isaac Herzog, denunciou o ataque ao centro, que, segundo o próprio, oferece tratamento a israelitas de todas as religiões e a palestinianos.
"Em momentos como este, recordamos o que está realmente em jogo e os valores que defendemos", afirmou Herzog.
Além do ataque ao Soroka, foram registados danos em dois outros locais no centro de Israel: Jolon, uma cidade no distrito de Telavive, e Ramat Gan, também nos arredores de Telavive.
Os impactos deixaram três feridos graves e dois em estado moderado, segundo os serviços de emergência do país.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ordenou esta quinta-feira ao Exército para intensificar os ataques contra "alvos estratégicos" em Teerão para eliminar a ameaça que representam para Israel e desestabilizar o regime persa.
"O primeiro-ministro (Benjamin Netanyahu) e eu ordenámos às Forças de Defesa de Israel para intensificarem os seus ataques contra alvos estratégicos no Irão e contra alvos governamentais em Teerão, a fim de eliminar as ameaças ao Estado de Israel e minar o regime dos 'ayatollahs'", anunciou Katz em comunicado.
Referindo-se ao míssil que atingiu esta manhã um edifício do Hospital Soroka em Beersheva, Katz acusou o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, de se esconder no seu 'bunker' fortificado enquanto "dispara com precisão contra hospitais e edifícios residenciais em Israel".
"Estes são crimes de guerra da maior gravidade e Khamenei responderá pelos seus crimes", acrescentou Katz.
O exército israelita anunciou esta madrugada um novo ataque contra Teerão e outras partes do território iraniano e avisou as populações de Arak e Khandab, no oeste do Irão, para abandonarem as regiões, onde se localizam facilidades nucleares.
“A força aérea iniciou uma vaga de ataques contra Teerão e outras zonas do Irão”, avisaram as Forças de Defesa de Israel (FDI) à 01h07 TMG, numa mensagem que se repete à mesma hora há várias noites.
Ao mesmo tempo, os meios de comunicação social, incluindo a Al Jazeera do Qatar e a Press TV do Irão, noticiaram explosões em Teerão e na cidade vizinha de Karaj.
Poucos minutos depois, o porta-voz do exército israelita para os meios de comunicação social árabes, Avichay Adraee, publicou uma mensagem na rede social X aconselhando as populações residentes nas imediações de Arak e Khandab, dois pontos situados cerca de 300 quilómetros a sudoeste de Teerão, para abandonarem as localidades.
Bom dia! Acompanhe, através deste liveblog, a situação no Médio Oriente.
