Está proibido o porte de armas em Brasília até dia 2, o Rolls Royce descapotável do costume poderá ser substituído por um carro blindado e será mobilizado um número recorde de polícias.
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Nunca na História da democracia brasileira uma tomada de posse de um presidente da República exigiu tantos cuidados com a segurança como a de Lula da Silva neste domingo, 1.º de janeiro.
Numa das medidas mais recentes, Alexandre de Moraes, juiz do Supremo Tribunal Federal, proibiu o porte de armas de fogo do último dia 28 até dia 2 em todo o território do Distrito Federal, onde fica a capital do país, Brasília.
A medida veio na sequência de George Washington Oliveira Souza, um apoiante do presidente cessante, Jair Bolsonaro, ter sido detido na véspera de Natal com uma bomba atrelada a um camião de combustível. Segundo ele, o objetivo era fazê-la explodir no aeroporto de Brasília de modo a gerar caos e a decretação de estado de sítio, o que limitaria a ação dos poderes legislativo e judicial e daria plenos poderes ao ainda chefe de estado, Bolsonaro.
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George Souza, que enfrenta acusação por terrorismo, passou as últimas semanas, como milhares de outros bolsonaristas, em frente ao quartel-general de Brasília, a pedir uma intervenção militar que impeça Lula de assumir o Palácio do Planalto. Entretanto, imagens dele numa sessão oficial recente no Senado, indicam que tem bom trânsito com parlamentares.
Por isso, e não só, Lula pode, a pedido da sua equipa de segurança, desfilar em carro blindado e não ao volante do Rolls Royce que, desde Getúlio Vargas, em 1951, transporta os eleitos até à simbólica rampa do Planalto. Por outro lado, a passagem tradicional da faixa, de um presidente a outro, não terá lugar porque Bolsonaro pretende ausentar-se do país, ao que consta rumo à Florida, nos Estados Unidos, para não cumprir esse ato.
Não são, entretanto, só Lula, demais autoridades brasileiras e dezenas de comitivas internacionais, entre as quais a portuguesa, que estão em risco - os cerca de 300 mil apoiantes do eleito esperados na Esplanada dos Ministérios, quase o dobro dos que celebraram a eleição de Bolsonaro há quatro anos, também. Por isso, o destacamento policial em Brasília vai ser recorde.