Povoado galego abandonado há 30 anos é agora uma aldeia vegan onde não há televisão nem internet
Pascale Hardy deixou a área da gestão e viajou por toda a Europa na esperança de encontrar um local para cumprir o sonho de reconstruir uma aldeia. Quando chegou a este lugar, na Galiza, não havia água, nem eletricidade. Agora, as ruínas e a erva daninha deram lugar a onze apartamentos, cinco quartos e uma piscina.
Corpo do artigo
Foi um desafio. Pascale Hardy é francesa e há cinco anos decidiu mudar de vida. Deixou a carreira como investigadora na área da gestão e mudou-se para a Galiza. Comprou uma aldeia que estava abandonada há mais de 30 anos e transformou O Viso numa aldeia vegan.
Aqui não se come carne, nem peixe, nem nada que seja de origem animal, mas são todos bem-vindos, assegura Pascale Hardy. "Todo o mundo é bem-vindo a provar coisas diferentes. Uma cozinha vegana não é só alface, não é só tomate, há coisas muito ricas."
A francesa explica que o prato estrela do restaurante e das aulas de cozinha vegana é feito com ervilhas, batatas e cenoura produzidas na aldeia. Também leva jaca, um fruto comestível que aparece em várias receitas como substituto da carne.
TSF\audio\2022\02\noticias\10\rui_polono_9_30h
Reconstruir uma aldeia era uma ideia antiga. Durante vários anos, Pascale viajou por toda a Europa na esperança de encontrar um local para dar forma ao sonho. Até que chegou à Galiza. Nessa altura, a decisão foi tomada rapidamente. "Foi uma coincidência ter encontrado esta aldeia abandonada. Não se via nada. Passei aqui uma noite e decidi."
As ruínas e a erva daninha deram lugar à arquitetura tradicional galega. "No início, não havia água, nem eletricidade, era inabitável."
Desde 2017, Pascale Hardy reconstruiu por completo as sete casas da povoação. Ao todo são onze apartamentos, cinco quartos e várias zonas comuns, como a piscina.
Para desbravar terreno e pôr o projeto de pé, a antiga investigadora teve de aprender "muitas coisas", por exemplo, a conduzir um trator.
Pascale voltou a dar vida ao O Viso. Por vezes, encontra alguns dos antigos moradores que lhe agradecem e dizem que estão "muito contentes". "Mantenho uma relação muito cordial com eles."
Pascale Hardy não é a única habitante permanente d'O Viso. A francesa conta com a companhia de 14 animais adotados, entre os quais 13 galgos e uma cadela galega.
Nos 12 hectares desta aldeia não há qualquer televisão, nem rede Wi-Fi.