PPE pede a Borrell: “Temos de chamar ao vencedor aquilo que ele é. González é Presidente eleito da Venezuela”
Sebastião Bugalho defende, na TSF, a necessidade de apoiar uma transição pacífica para que o Presidente eleito possa tomar posse a 10 de janeiro de 2025
Corpo do artigo
Entre o grupo de 36 membros do PPE, constam os nomes de quatro portugueses: Lídia Pereira, Sebastião Bugalho e Paulo Cunha, do PSD, e Ana Miguel Pedro, do CDS.
Um grupo de 36 eurodeputados do Partido Popular Europeu solicitou esta quarta-feira ao Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, que reconheça expressamente Edmundo González como o legítimo Presidente eleito da Venezuela, considerando que esse reconhecimento seria o passo “lógico e necessário”.
Numa carta enviada esta tarde a Borrell, os eurodeputados – entre os quais se destacam os portugueses Lídia Pereira, Sebastião Bugalho e Paulo Cunha, do PSD, e Ana Miguel Pedro, do CDS – pedem que Borrell faça todos os esforços possíveis para garantir que a democracia venezuelana e a vontade dos eleitores sejam respeitadas.
“O Alto Representante, finalmente, reconheceu Edmundo González como o vencedor das eleições. Nós tomamos boa nota disso, felicitámo-lo. Também nos congratulamos pelo facto da resolução da qual fui autor, com o eurodeputado Gabriel Matos ter tido consequências tão rápidas”, afirmou o deputado Sebastião Bugalho à TSF, sustentando que Borrell deve reconhecer González como o “Presidente eleito” da Venezuela.
Esse seria, no entender de Sebastião Bugalho, “o passo natural e consequente de reconhecer” que deve ser o Presidente, uma vez que foi “Edmundo González que ganhou as eleições”.
“Já reconhecemos quem perdeu as eleições presidenciais, já reconhecemos quem ganhou as eleições presidenciais. Então temos que chamar ao vencedor aquilo que ele é e que é Presidente eleito”, defendeu Bugalho.
Para tal, considera, conjuntamente com os subscritores da carta, que é necessário apoiar uma transição pacífica para que o Presidente eleito possa tomar posse a 10 de janeiro de 2025, de acordo com a Constituição venezuelana.
“Tendo sido tão inequívoco sobre quem ganhou e quem perdeu as eleições, instamo-lo a dar o passo lógico e necessário de reconhecer expressamente Edmundo González Urrutia como o legítimo Presidente eleito da Venezuela, em conformidade com a Resolução do Parlamento Europeu de 19 de setembro de 2024 sobre a situação na Venezuela”, lê-se na carta enviada a Josep Borrell.
No documento, fazem ainda referência à prolongada crise humanitária e socioeconómica na Venezuela, considerando que esta resulta do regime de Maduro. Assim, os signatários da carta mostram-se convencidos de que uma transição pacífica de poder é essencial para pôr fim a essa crise.
“Para pôr fim à crise humanitária e socioeconómica persistente, perpetrada pelo regime de Maduro, a União Europeia e a comunidade internacional devem fazer todos os possíveis para garantir uma transição pacífica, de modo que o presidente legítimo e democraticamente eleito possa tomar posse a 10 de janeiro de 2025, em conformidade com a Constituição venezuelana”, sustentam.
“Instamo-lo ainda a envidar todos os esforços para garantir que a democracia venezuelana e a vontade dos eleitores, comprovadas pelas contagens eleitorais apresentadas e verificadas de forma independente, sejam respeitadas”, sublinha o documento dirigido a Borrell, defendendo que a União Europeia deve referir-se a Edmundo González como “o Presidente eleito” da Venezuela.
“À luz dos relatos perturbadores de aumento da repressão desde que a derrota de Maduro foi internacionalmente reconhecida, a União Europeia deve estar ao lado daqueles que, em circunstâncias tão difíceis, não desistem dos seus direitos e liberdades cívicas”, sublinham.
Além disto, os membros do Partido Popular Europeu manifestam-se preocupados com os relatos de repressão crescente desde que a derrota de Maduro foi reconhecida a nível internacional. Este grupo de eurodeputados pede que a União Europeia apoie os cidadãos venezuelanos.
“Devemos condenar nos termos mais fortes possíveis o padrão sistemático de violações dos direitos humanos perpetrado contra o povo venezuelano. Devemos aos venezuelanos o nosso apoio, solidariedade e respeito. Reconhecer quem eles votaram deve fazer parte disso”, lê-se na missiva, em que apelam a “uma pronta e decisiva resposta a esta questão urgente” por parte de Josep Borrell.