
Armando Carlos Roos em entrevista
© Youtube/Rede i9
Caso triste e comum nem seria, infelizmente, notícia não fosse o nome da localidade onde ocorreu. Autarca já pediu "desculpas à comunidade não-me-toquense".
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A polícia civil do Brasil está a investigar a denúncia de duas funcionárias públicas que acusam o prefeito da cidade de assédio sexual. Para basear a denúncia, uma delas gravou em vídeo o autarca a mencionar, na mesma frase, um novo cargo na prefeitura para ela e em visita ao seu apartamento para tratarem do assunto.
Enfim: será, se for provado, mais um caso, triste, de assédio sexual - acontece em todo o lado.
Mas no Brasil acontece de um jeito diferente - mesmo o triste ou vergonhoso tem uma pitada de humor, quase sempre involuntário, talvez o melhor humor de todos.
Ora, tanto Armando Carlos Roos, o prefeito em causa, como as denunciantes, como o delegado Gerri Adriani Mendes, como o procurador do Ministério Público e como o advogado de defesa do autarca moram numa cidade chamada Não-Me-Toque, assim mesmo com hífenes como que a reforçar.
Um assédio sexual na cidade Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, o estado mais meridional do Brasil.
Por inúmeros motivos lamento este episódio", escreveu em nota o prefeito enquanto aguarda conclusão do inquérito. E diz mais: "Manifestando que todas as minhas ações sempre foram pautadas pelo respeito e pela obediência às leis, às autoridades e sobretudo à comunidade não-me-toquense".
O correspondente da TSF no Brasil, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras no site da TSF a crónica Acontece no Brasil.