
José Cláudio Pol
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As imperiais que animaram una festa de réveillon foram bombeadas através de um cilindro de oxigénio. E naquela noite morreu uma pessoa por paragem cardiorrespiratória na cidade
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O réveillon de 2012 para 2013 em casa de José Claudio Pol foi um sucesso.
Para o sucesso da festança do então prefeito da cidade de Luiziana, no interior do Paraná, dos seus familiares e dos seus amigos contribuiu, em larga medida, a máquina improvisada de fazer chopes, ou seja, finos ou imperiais, que Pol levou para casa. Uma atração documentada em fotos dos boémios, animadíssimos, em redor da máquina.
Mas "máquina improvisada" porquê? Porque José Cláudio Pol, na verdade, só tinha um barril. Para bombear a cerveja diretamente para os copos foi usado um cilindro de oxigénio.
E onde arranjou o prefeito esse cilindro? Com a cumplicidade de dois funcionários, trouxe-o da unidade de saúde da cidade. Ou seja, o cilindro de oxigénio que irrigou a passagem de ano da família Pol deveria estar a salvar vidas num hospital.
Sucede que naquela noite de réveillon uma senhora de Luiziana sofreu paragem cardiorrespiratória e teve de ser transportada para a cidade vizinha de Campo Mourão para receber atendimento mais profundo. Na ambulância, os enfermeiros, por não encontrarem o cilindro de oxigénio, tentaram reanimá-la como puderam. Mas ela chegou ao hospital de destino já sem vida.
Pol, como os seus dois funcionários, é agora acusado de peculato, isto é, desvio de património público para uso particular, e homicídio qualificado por motivo fútil e com dolo, que é quando se assume o risco de produzir uma morte.