Na cerimónia de entrega do galardão, o presidente da Colômbia dedicou o prémio às vítimas do conflito.
Corpo do artigo
O presidente colombiano recebeu este sábado o prémio Nobel da Paz, na cerimónia de entrega do galardão na capital da Noruega, Oslo, pelo seu trabalho pela paz no país, nomeadamente o acordo conseguido com a guerrilha FARC.
Juan Manuel Santos descreveu o prémio como um "presente dos céus" e dedicou-o a todos os colombianos, em especial às vítimas deste conflito que dura há meio século.
O presidente da Colômbia discursava perante os reis da Noruega, membros do Governo norueguês, bem como de representantes das vítimas e ex-reféns das FARC, caso da franco-colombiana Ingrid Betancourt e de Clara Rojas.
Horas antes de receber este prémio, em entrevista à agência France Presse, o laureado considerou que o pior ainda está por vir antes de a paz estar finalmente ancorado em seu país.
Santos considerou que o período que se abre "é um passo mais difícil do processo (as negociações) em si, o que exige um grande esforço, perseverança e humildade". Segundo o responsável, será necessário "muito grande esforço de coordenação para trazer os benefícios da paz para as regiões que mais sofreram com o conflito".
O processo de paz sofreu um sério revés a 2 de outubro, quando os colombianos rejeitaram em referendo o primeiro acordo destinado a acabar com o conflito que deixou pelo menos 260.000 mortos, mais de 60.000 desaparecidos e mais de 6,9 milhões de deslocados.
Já alterado para incorporar as propostas da oposição, o novo acordo prevê, como o seu antecessor, o desarmamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e a sua transformação em um movimento político.
Contudo, antes que a Colômbia conheça a paz completa também será preciso chegar a acordo com outra guerrilha, o Exército de Libertação Nacional (ELN), e Juan Manuel Santos disse que não podia comprometer-se em conseguir também esse adeus às armas antes de deixar a presidência em 2018.
"Farei o meu melhor, mas estabelecer um calendário vinculativo é sempre contraproducente em tais negociações", afirmou.