"Preocupam-me os civis envolvidos numa guerra sem se poderem refugiar ou defender"
No dia em que a Rússia dá ordens para um cessar-fogo parcial e para a abertura de um corredor humanitário, a TSF falou com Alexandre Abrantes, secretário-geral da Cruz Vermelha Portuguesa.
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Este fim de semana, já o Conselho Geral da ONU tinha também decretado um cessar fogo, mas que não tem sido cumprido.
A última vez que a Cruz Vermelha entrou em Ghouta Oriental e conseguiu dali retirar alguns feridos foi em dezembro.
A organização internacional tem agora esperança que possa estar para breve a possibilidade de fazer chegar ajuda humanitária e pede aos portugueses que contribuam.
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Alexandre Abrantes vê com bons olhos as notícias que pedem para que se baixem as armas, mas sublinha que o cessar-fogo está a ser decretado pelos governos e que não são os rebeldes nem as diferentes fações que estão a decretar.
"Não é bem claro quem são as forças que estão em Ghouta Oriental. Esperemos que a influência dos países maiores consiga fazer parar os conflitos", sublinha, fazendo notar: "A Rússia não controla o teatro das operações, trata-se de um dos lados. Vamos ver se o outro lado cumpre. Há grupos no terreno não identificados, não é claro".
Sobre a intervenção da ONU, o secretário-geral da Cruz Vermelha Portuguesa prefere "não julgar" as Nações Unidas: "A minha preocupação é os civis que se veem envolvidos numa guerra sem meios para se refugiarem ou para se defenderem".
"Não há água, comida é dificílimo, os preços são exorbitantes. A maior parte das famílias está reduzida a uma refeição por dia", sublinha Alexandre Abrantes.
A Cruz Vermelha apela à contribuição dos portugueses: basta escolher a opção "Pagamento de Serviços", inserir a entidade 20999 e a referência 999 999 999, e escolher o montante do donativo.
Desde o início dos ataques de Damasco, a 18 de fevereiro, já morreram mais de 500 pessoas.