Em Bruxelas, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "já foi tudo dito" sobre as declarações do presidente do Eurogrupo.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, subscreveu esta quarta-feira o pedido de afastamento de Jeroen Dijsselbloem defendido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, depois das polémicas declarações do presidente do Eurogrupo.
De visita oficial à Bélgica, o chefe de Estado, ao ser questionado sobre as declarações de Dijsselbloem, apontou que num dia como hoje, em que se assinala o primeiro aniversário dos atentados de 22 de março de 2016 em Bruxelas, "há valores tão mais importantes" do que os comentários do presidente do Eurogrupo e sublinhou que o Estado português já assumiu uma posição clara.
"Eu sobre isso neste momento, em que há valores tão mais importantes do que isso, o que eu poderei dizer é que já foi tudo dito pelo senhor ministro dos Negócios Estrangeiros. E quando ele falou, falou em nome do Estado português. Portanto, como Presidente da República portuguesa, eu não posso senão subscrever o que ele disse", declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, pediu na terça-feira, em Washington, o afastamento do presidente do Eurogrupo, que disse que os países do sul não podem "gastar o dinheiro todo em álcool e em mulheres".
"Hoje, no Parlamento Europeu, muita gente entende que o presidente do Eurogrupo não tem condições para permanecer à frente do Eurogrupo e o Governo português partilha dessa opinião", disse o ministro.
Augusto Santos Silva considerou que as declarações são "muito infelizes e, do ponto de vista português, absolutamente inaceitáveis".
"Pelos vistos, o presidente do Eurogrupo continua passados estes anos todos sem compreender o que verdadeiramente se passou. O que se passou com países como Portugal, Espanha ou Irlanda não foi termos gasto dinheiro a mais. O que aconteceu foi que nós, como outros países vulneráveis, sofremos os efeitos negativos da maior crise mundial desde os tempos da grande depressão e as consequências da Europa e a sua união económica e monetária não estar suficientemente habilitada com os instrumentos que nos permitissem responder a todos aos choques que enfrentamos", explicou.