O presidente do Banco Central Europeu (BCE) manifestou-se hoje otimista sobre o futuro da economia da zona euro e da Grécia, em particular, mas reconheceu que a instituição está a estudar todos os cenários e riscos possíveis.
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Numa intervenção proferida perante a Comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, em Bruxelas, Mario Draghi destacou que a economia da zona euro está a ganhar «impulso» e considerou que o crédito começa a chegar aos lugares e às empresas, ou seja, à economia real, graças às melhores condições financeiras de acesso ao crédito.
Mario Draghi defendeu os efeitos positivos do programa de compra de ativos anunciado em janeiro e que envolve a aquisição de dívida pública e privada no valor de 60 mil milhões de euros mensais, e que «está a correr com fluidez».
Questionado sobre o futuro da Grécia, apenas 72 horas depois da "mini cimeira" realizada entre o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e os principais credores da zona euro e das instituições europeias, Draghi disse esperar que as negociações entre o governo helénico e os parceiros europeus corram com «boa vontade» e se concluam de forma satisfatória.
O presidente do BCE assinalou que a Grécia deve especificar as suas reformas para «que o diálogo político possa começar de novo».
Mario Draghi reiterou, dirigindo-se a Tsipras, que o governo grego «deve comprometer-se a respeitar as obrigações de dívida com os seus credores e deve cumprir todas as medidas para respeitar esse compromisso».
A propósito do estado da banca grega, o responsável máximo da entidade financeira da zona euro destacou que esta se encontra «em melhor estado face ao início da crise, com melhores níveis de capital».
Em resposta aos eurodeputados, quando interrogado sobre se o BCE estuda todos os riscos e cenários, incluindo a saída da Grécia do euro, Draghi asseverou que a entidade bancária europeia «está a vigiar de perto qualquer risco potencial para a estabilidade da zona euro».
«Temos gestores de risco que constantemente analisam toda uma série de hipóteses, é uma prática normal do BCE», assinalou o responsável.