Na Cimeira Ibero-Americana, a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, criticou o excesso de austeridade na Europa e sublinhou que existe um «equívoco coletivo».
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A Presidente do Brasil considera que, na Europa em crise, se pedem sacrifícios e se causa sofrimento ao povo a troco de quase nada.
«As políticas exclusivas que só enfatizam a austeridade têm demonstrado os seus limites em virtude do baixo crescimento e apesar do austero corte de gastos assistimos ao crescimento dos défices fiscais e não à sua redução», adianta.
Dilma Rousseff partilha com os parceiros ibero-americanos aquela que é a convicção profunda do Brasil.
«Que a consolidação fiscal exagerada e simultânea em todos os países não é a melhor resposta para a crise mundial e pode agravá-la levando a uma maior recessão», defende.
O que preocupa Dilma, quando olha para a Europa, é aquilo a que chama «equívoco coletivo».
«É achar que a consolidação fiscal coletiva, simultânea e acelerada seja benéfica e resulte numa solução efetiva, o que temos visto são medidas que apesar de afastarem o risco de uma quebra financeira não afastam a desconfiança dos mercados e mais importante ainda das populações. Confiança não se constrói apenas com sacrifícios», afirma.
É preciso mostrar um horizonte de esperança, em vez de acenar ao povo com mais anos de sacrifícios, defende a presidente do Brasil, que na estreia neste tipo de Cimeira deixa uma palavra de conforto a Portugal e Espanha (pelo momento que estão a viver), mas também um aviso: o resultado da presença do FMI no Brasil forma 20 anos de estagnação.