Temer não responde a mais exigências dos camionistas. Nova greve à vista na Petrobras
O Presidente do Brasil afirmou que o Governo esgotou todos os recursos para atender às exigências dos camionistas e espera uma "situação normalizada" nos próximos dias.
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Apesar do novo acordo, alcançado no domingo, entre Governo e os camionistas, a greve continua em todo o país, comprometendo o abastecimento de combustível e de alimentos.
"Esprememos todos os recursos governamentais para atender as reivindicações legítimas dos camionistas e para não prejudicar a [companhia petrolífera estatal] Petrobras. A esta altura, não temos mais como negociar, não temos mais o que dar", declarou Michel Temer à televisão estatal.
Temer destacou ter feito "o possível" e disse acreditar que a situação estará normalizada até hoje.
Numa nota divulgada à imprensa, a Confederação Nacional dos Transportadores Autónomos (CNTA) considerou a paralisação, iniciada a 21 de maio, um êxito e adiantou que se os camionistas não voltarem ao trabalho "tudo o que foi conquistado corre o risco de se perder".
No balanço desta terça-feira, oito aeroportos continuam sem combustível e vários hospitais anunciaram a falta de material para cirurgias e tratamentos médicos especializados.
Os centros de abastecimento de cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo começaram a receber algumas frutas e verduras e os transportes públicos voltaram lentamente ao normal. O transporte público operou em quase 70% e as escolas e universidades já abriram portas.
No entanto, os trabalhadores da Petrobras já anunciaram que também irão arrancar com uma greve, durante três dias, que deverá afetar refinarias, terminais e plataformas petrolíferas.
Os trabalhadores da companhia petrolífera exigem a demissão do presidente da empresa, contestam os preços dos combustíveis e do gás de cozinha e condenam a privatização da empresa.
O Tribunal Superior do Trabalho já considerou a greve "ilegal, oportunista, abusiva e potencialmente causadora de danos graves à população".