Presidente do Comité das Regiões diz que Portugal não deve ter "medo" do alargamento da UE
"Além de ser um dever moral, é uma necessidade geopolítica e um investimento estratégico no nosso futuro: todos beneficiam com o alargamento”, refere Vasco Cordeiro
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Vasco Cordeiro coloca a questão numa perspectiva moral e geopolítica. Para o presidente do Comité Europeu das Regiões, a integração de mais nove países na União Europeia, desde os Balcãs Ocidentais à Ucrânia, vai trazer melhorias aos actuais 27.
“O alargamento não deve ser um motivo de receio [para Portugal] porque beneficia toda a gente. Além de ser um dever moral, é uma necessidade geopolítica e um investimento estratégico no nosso futuro: todos beneficiam com o alargamento”, respondeu aos jornalistas, à margem da sessão plenária do Comité das Regiões, em Bruxelas.
O presidente do Comité Europeu voltou, no entanto, a manifestar preocupação com uma alegada proposta de orçamento europeu a longo prazo, elaborado pela Direção-Geral do Orçamento, em que é referida “a existência de apenas um plano nacional à semelhança de mecanismos do Plano de Recuperação e Resiliência”, retirando margem de manobra às regiões e municípios.
“A ser verdade, é uma notícia e um dado profundamente preocupante. Diria mesmo inaceitável, porque isso significa alienar por completo os poderes locais e regionais da participação na definição, na implementação e na execução dos Fundos Europeus”, afirmou.
Vasco Cordeiro sublinhou que a abordagem aos desafios da Europa não deve ser apenas feita em termos quantitativos, mas também em termos de modo de funcionamento.
“É preciso não esquecer que a coesão territorial, social e económica continua, até ver, um objetivo central da UE, e só há coesão entre territórios se tivermos uma abordagem mais específica, territorial, àquilo que é necessário fazer. Sem prejuízo da questão dos montantes e dos recursos, alerto que não é apenas essa componente que nos deve mobilizar e para a qual devemos estar atentos”, sublinhou.
Albânia, Bósnia-Herzegovina, Geórgia, Macedónia do Norte, Moldávia, Montenegro, Sérvia, Turquia e Ucrânia são os países interessados em aderir à União Europeia.