Jeroen Dijsselbloem espera uma "reunião bastante difícil" porque subsistem "muitas preocupações" sobre o programa de reformas proposto por Atenas e, sobretudo, falta de confiança na efetiva implementação, pelo governo grego. Ministro alemão das Finanças partilha a mesma ideia.
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À chegada à reunião extraordinária dos ministros das Finanças da zona euro, em Bruxelas, Jeroen Dijsselbloem advertiu que "ainda há muitas críticas às propostas", pois muitos ministros duvidam que sejam suficientes, a nível de reformas e de objetivos orçamentais, e, sublinhou, "há, claro, a grande questão da confiança".
"Pode-se acreditar que o governo grego vai fazer aquilo que está a prometer e implementar efetivamente [as reformas] nas próximas semanas, meses e anos? Como é que podemos realmente esperar que este governo implemente o que está agora a prometer?", questionou, acrescentando que essa será também a principal questão na reunião de hoje do Eurogrupo, que previu "bastante difícil".
"O governo grego terá de mostrar um empenho muito, muito forte para reconstruir a confiança" com os seus parceiros e credores, bastante abalada ao longo das últimas semanas, declarou.
O mesmo sentimento manifestou o ministro das Finanças da Alemanha, que disse que espera negociações "extremamente difíceis" com Atenas, com vista a um acordo para um terceiro programa de resgate ao país.
O ministro alemão afirmou que, além dos compromissos existentes nessa proposta, é preciso fazer bons cálculos dos impactos das medidas e que estes ainda não são confiáveis o suficiente.
Sobre um alívio da dívida pública grega, Schäuble voltou a recusar novamente essa hipótese e argumentou que, "pelos tratados, não é possível".