O Presidente do Sudão anunciou a libertação de todos os prisioneiros políticos no país, no âmbito dos acordos firmados recentemente com o vizinho Sudão do Sul.
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«Anunciamos hoje a decisão de libertar todos os prisioneiros políticos e renovamos o nosso compromisso, perante as outras forças políticas, a favor do diálogo», disse al-Bashir num discurso na abertura da sessão parlamentar.
«Confirmamos que vamos continuar a dialogar com todas as forças políticas e sociais, sem exceções, incluindo os que estão armados, com vista a um diálogo nacional que trará uma solução para todas as questões», acrescentou o Presidente.
O anúncio surge no seguimento do convite ao diálogo com vista a elaborar uma nova Constituição lançado, na semana passada, pelo vice-presidente Ali Othmane Taha aos partidos da oposição e aos rebeldes que combatem o regime sudanês no Cordofão do Sul e na região do Nilo Azul.
A aliança dos partidos da oposição e de rebeldes do SPLM-N, a fação do norte do Movimento Popular de Libertação do Sudão, rejeitaram o convite.
O anúncio surge também depois de o Presidente ter anunciado, a 20 de março, que renunciará ao cargo em 2015, desistindo de se apresentar às eleições presidenciais desse ano.
Al-Bashir, nascido em 1944 e no poder desde 1989, afirmou que o seu Partido do Congresso Nacional, que está no Governo, está à procura de um candidato para as eleições de 2015.
Na ocasião, o Presidente defendeu que as relações entre o seu país e o Sudão do Sul - que conquistou a independência do Sudão em 2011 - sejam normalizadas de acordo com os tratados estabelecidos entre ambos.
Omar al-Bashir conquistou o poder com um golpe militar em 30 de junho de 1989 e ganhou as presidenciais de 2010 com acusações de falsificação de resultados por parte dos partidos da oposição.
Em julho do ano passado, os sudaneses saíram à rua para protestar contra a pobreza e para pedir a queda do regime de al-Bashir, manifestações reprimidas pelas autoridades.