Mais uma baixa no governo francês. Ministro do Interior é o terceiro a sair em 6 semanas
O presidente francês, Emmanuel Macron, aceitou finalmente a demissão do ministro do Interior, Gérard Collomb, e pediu ao primeiro-ministro, Edouard Philippe, para assumir interinamente a pasta.
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O número dois do governo francês, Gérard Collomb, renunciou pela segunda vez em 24 horas para "retornar a Lyon" e assumir a câmara. É já o terceiro e mais antigo membro do executivo francês a renunciar ao governo de Macron nas últimas seis semanas, depois da ministra dpo Desporto, Laura Flessel, e do ministro do Ambiente, Nicolas Hulot.
Collomb tinha pedido a demissão na segunda-feira, mas Emmanuel Macron recusou, segundo a Presidência, confirmando uma notícia do diário Le Figaro.
"Perante os ataques de que o ministro tem sido alvo desde que confirmou que vai ser candidato à Câmara de Lyon, o Presidente da República renovou-lhe a confiança e pediu-lhe para continuar totalmente mobilizado na sua missão para a segurança dos franceses", indicou a Presidência francesa à agência France-Press.
Gérard Collomb tinha anunciado, a 18 de setembro, a sua saída do Governo no próximo ano, para se apresentar às eleições municipais em Lyon, no centro-leste do país, em 2020.
Desde então, várias vozes exprimiram-se para reclamar a demissão imediata do ministro.
Ainda na segunda-feira, o ex-deputado ecologista Daniel Cohn-Bendit, apoiante de Emmanuel Macron, considerou que Collomb "tinha o direito à reforma".
Esta personalidade do espetro político europeu, uma das 'almas' do maio de 68, desejou mesmo, em jeito de provocação, que Collomb "saia do ministério, vá cuidar dos netos, vá tratar das flores", denunciando também a "condescendência" do ministro do Interior face ao Presidente da República.
Segundo o Figaro, Gérard Collomb, que tinha criticado a falta de humildade e de capacidade de escuta do Governo, entregou a sua demissão ao chefe do executivo na segunda-feira, ao fim do dia.
Segundo um conhecedor dos meandros do topo do Estado, o cenário de uma saída rápida de Gérard Collomb não foi levado a sério por Emmanuel Macron e Edouard Philippe, menos de um mês depois da demissão de Nicolas Hulot, do Ministério da Ecologia, e a "mini remodelação" que se lhe seguiu.