François Hollande afirmou que a França vai estar na "vanguarda" de uma maior integração europeia com as ideias que lançou sobre um governo da zona euro, que a seu ver deve ter um orçamento específico e um parlamento.
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Num artigo publicado hoje pelo "Le Journal du Dimanche", Hollande sublinhou que para por em marcha essas reformas faz falta "uma organização reforçada, com os países que assim o decidam, uma vanguarda".
O Presidente francês explicou que enquanto nesta semana a zona euro conseguiu "reafirmar a sua coesão com a Grécia" ao chegar a um acordo para um terceiro plano de resgate, "prevaleceu o espírito europeu" de que os mecanismos institucionais não podem continuar como estão neste momento.
Por isso, justificou as propostas que fez depois de firmado o compromisso com a Grécia, referindo, em primeiro lugar, a proposta de "governo da zona euro", que já havia sido feita pelo ex-presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, socialista e francês como Hollande.
Acrescentou que é preciso "um orçamento específico (da moeda única), assim como um parlamento para garantir o controlo democrático".
O chefe de Estado francês lamentou que a Europa tenha "deixado as suas instituições debilitarem-se" e que os governos dos 28 estados-membros tenham dificuldades para concertar uma maior integração.
Segundo a sua análise, esta situação dos povos mostra despego pela ideia europeia e "os populistas aproveitaram-se desse desencanto e atacam a Europa porque tem medo do mundo, porque querem voltar às divisões, aos muros e às valas", quando o que os protege é "o direito" e o peso da "federação dos Estados-nação".
François Hollande insistiu que a Europa só pode avançar com a ideia de superar-se e que a União Europeia "não pode reduzir-se a regras, mecanismos ou disciplinas. Tem de convencer os povos de que, se foi capaz de preservar a paz, esta é a melhor invenção para proteger os valores e os princípios que fundamentam a nossa cultura comum, o nosso modo de vida, que é também o nosso modelo social".