O presidente iemenita, Ali Abdallah Saleh, aceitou, esta segunda-feira, assinar um plano proposto pelas monarquias do Golfo que prevê a sua saída do poder para pôr termo a dez anos de crise, afirmaram dirigentes da oposição.
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Mohamed Bassandaoua, presidente do Conselho Nacional das Forças da Revolução - uma instância que reúne a oposição parlamentar, os dissidentes do Exército e jovens contestatários que reclamam desde Janeiro a saída o presidente do Iémen - adiantou a notícia.
«As negociações nestes três últimos dias permitiram chegar a um acordo, em virtude do qual a iniciativa [dos Estados] do Golfo e o seu mecanismo de aplicação serão ratificados terça-feira», afirmou Bassandoua.
Apesar das fortes pressões regionais e internacionais, Saleh, contestado pelo povo que o acusa de corrupção e nepotismo, até agora recusou assinar o designado plano do Golfo, proposto na Primavera, que prevê a sua saída do poder em troca de imunidade para si próprio e para os seus próximos.
Segundo o acordo, «o presidente Saleh deverá assinar esta terça-feira, em Sana, a Iniciativa do Golfo», acrescentou um responsável que preferiu o anonimato, adiantando que «o vice-presidente, Abd Rabbo Mansour Hadi, os dirigentes da oposição e os do Congresso Popular (CPG), no poder, também deverão ratificar esta terça-feira o mecanismo de aplicação».
No entanto, a mesma fonte alertou que «este é um acordo de princípio», recordando que o presidente do Iémen, no poder há 33 anos, já anunciou várias vezes que ia subscrever o plano do Golfo, sem nunca o ter feito.