Numa entrevista à BBC, Vladimir Putin lembrou que ele proprio já distinguiu vários membros da comunidade homossexual russa «pelos seus feitos pessoais, independentemente da sua orientação sexual».
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O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu hoje à BBC a lei sobre 'propaganda gay' aprovada em junho, mas garantiu que não tem quaisquer preconceitos contra os homossexuais.
«Se quer saber a minha opinião, não me importo com a orientação sexual de uma pessoa», disse Putin ao jornalista da BBC Andrew Marr, afirmando que ele próprio conhece pessoalmente pessoas que são homossexuais.
O parlamento russo aprovou em junho, com um único voto contra, uma lei que proíbe a divulgação de informação sobre homossexualidade e pedofilia a menores de 18 anos. Os críticos dizem que a legislação pode ser interpretada de modo a impedir qualquer tipo de evento público sobre direitos dos homossexuais na Rússia.
Nesta entrevista, Putin disse que, ele próprio, já distinguiu vários membros da comunidade homossexual russa «pelos seus feitos pessoais, independentemente da sua orientação sexual», e lembrou que homossexuais famosos como o cantor britânico Elton John são populares na Rússia.
«Não há perigo para os indivíduos desta orientação sexual não tradicional, como estão a pensar», afirmou.
Os defensores dos direitos dos homossexuais têm apelado ao boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, que decorrem entre 07 e 23 de fevereiro nesta cidade russa, em protesto contra as declarações dos dirigentes russos e a legislação aprovada.
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou que a delegação olímpica dos Estados Unidos vai incluir várias figuras do desporto abertamente homossexuais, como a lenda do ténis Billie Jean King.
Os ativistas dizem que têm notado um aumento alarmante dos ataques de ódio contra pessoas homossexuais na Rússia, nos últimos anos, assim como um aumento de notícias hostis ou negativas sobre a homossexualidade nos meios de comunicação social estatais.
Os críticos do Kremlin acusam Putin de usar os homossexuais como bodes expiatórios como forma de cimentar o seu poder, desde sua reeleição em 2012, no meio de protestos antigovernamentais.