O presidente da Síria reconheceu, esta quarta-feira, que «alguns erros» foram cometidos pelas forças de segurança do país no início da revolta popular contra seu governo e disse que foram tomadas medidas para impedir que voltem a ocorrer.
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As declarações Bachar Al-Assad foram feitas em Damasco perante uma comitiva formada por representantes do Ibas, grupo que reúne Índia, Brasil e África do Sul.
A comitiva que visitou Damasco integrou o subsecretário-geral para a África e o Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Paulo Cordeiro, o vice-ministro de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Ebrahim Ebrahim, e o secretário de Organizações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Dilip Sinha.
Os diplomatas foram recebidos pelo presidente sírio e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Walid Muallem, a quem expressaram «preocupação» em relação à violência que se regista na Síria.
Segundo um comunicado divulgado pelo Ibas, Assad reiterou que está comprometido no processo de reforma política do país, com foco na formação de uma «democracia multipartidária».
O presidente prometeu aos diplomatas que a revisão da Constituição será concluída até Março de 2012 e que a Síria «será uma democracia livre, pluralista e multipartidária antes do final deste ano».
O regime de Assad enfrenta uma onda de protestos pró-democracia desde Março. Segundo organizações não-governamentais, mais de 2000 civis foram mortos em confrontos com as forças governamentais.
Na semana passada, o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou «as violações generalizadas de direitos humanos e o uso da força contra civis por parte das autoridades sírias».
Essas preocupações foram reforçadas esta quarta-feira pela comitiva do Ibas. Segundo o comunicado, Índia, Brasil e África do Sul cobraram «o fim imediato de toda a violência» e exortaram as partes a agir com «o máximo de contenção e respeito pelos direitos humanos».
Os diplomatas destacaram a importância de que se assegure a credibilidade e imparcialidade da comissão judicial independente que investigará a violência no país.
Apesar das manifestações, os países que formam o Ibas declararam seu compromisso com «a soberania, a independência e a integridade territorial da Síria».