Park Geun-hye criticou hoje a decisão do capitão do "ferry", que naufragou na semana passada, de abandonar o barco deixando para trás os passageiros, qualificando a sua conduta como um «ato de assassínio».
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«A atuação do capitão e de alguns membros da tripulação é completamente incompreensível, inaceitável e equivalente a assassínio», afirmou Park Geun-hye, durante uma reunião com os assessores, citada num comunicado da presidência, reproduzido pela agência Yonhap.
A chefe de Estado sul-coreana prometeu envidar esforços para apurar todas as irregularidades em torno do "ferry" Sewol, frisando que todas as partes envolvidas - dos proprietários, aos inspetores de segurança até aos membros da tripulação - serão investigadas e que os culpados serão «criminalmente responsabilizados».
A Presidente da Coreia do Sul afirmou ser cada vez mais claro que o capitão Lee Joon-Seok atrasou desnecessariamente a evacuação do barco quando o "ferry" se começou a afundar, «abandonando-os», ao escapar primeiro.
«Não apenas o meu coração, mas os corações de todos os sul-coreanos estão destroçados e repletos de choque e de raiva», disse Park Geun-hye, que foi vaiada na quinta-feira quando se reuniu com os familiares das vítimas das centenas de passageiros que continuam desaparecidos, a maioria dos quais jovens.
Além de criticar o capitão do barco, a quem são atribuídas várias decisões erradas, Park Geun-hye também reconheceu que houve graves problemas na resposta inicial por parte do Governo à tragédia humana.
Os familiares das vítimas têm tecido duras críticas à Presidente e ao seu Governo, acusando-os de não envidarem os esforços suficientes no resgate, assim como de tomar decisões erradas que impediram que vidas fossem salvas e de facultar informações incorretas.
O capitão foi detido na passada sexta-feira, a par de outros dois membros da tripulação, por ter abandonado o navio deixando para trás a maioria dos passageiros, descuidando, portanto, a sua segurança. Hoje também foram emitidas ordens de detenção contra outros três tripulantes e contra um engenheiro do "ferry" que se afundou na quarta-feira.
As equipas de salvamento recuperaram hoje os corpos de mais cinco passageiros, elevando para 64 o número de mortos confirmados no acidente, prosseguindo as operações de busca pelos 238 desaparecidos.